quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

FELIZ ANO NOVO





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ANO NOVO, VIDA NOVA!
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Como seria bom que o novo ano de 2009 nos trouxesse realmente uma vida nova. As crises que travessamos, a internacional e a interna, podem ser aproveitadas para mudarmos a nossa maneira de ver as coisas, o nosso entendimento da política e dos políticos, o nosso olhar para o estado de Portugal. A crise interna, que para além de económica é acima de tudo de valores, pode ser mais facilmente ultrapassada com mais e melhor educação, com mais e melhor ensino, com mais e melhor cultura, e também com mais e melhor democracia.
O nosso país não cresce há mais de dez anos, todos os números são maus, todos os indicadores estão no fundo da Europa, excepto claro, os que o governo lê ou quer ler, e nos impinge quase diariamente, numa lavagem cerebral digna do melhor vendedor da banha da cobra.
Temos por isso de mudar o rumo que Portugal e os Portugueses estão a levar, e isso está nas nossas mãos. Vamos usufruir este ano, de três eleições, e nelas poderemos fazer alguma diferença, se quisermos.
Para este novo ano, quero levar só as boas recordações, infelizmente poucas, não querendo mais, das outras que me fizeram viver com ódio e raiva, com lamentações e queixas, com azedume e mal estar. Queria que dentro de mim, em 2009, só existissem pensamentos positivos, facto que eu sei ser utópico, mas que quero tentar vir a ter diariamente. O dia a dia do meu país, não mo vai deixar, com os problemas que ainda irão continuar a existir, e com os outros que virão a ser criados todos os dias, pelo que terei, com assiduidade, de me insurgir, na esperança de que essa minha reacção possa levar a alguma mudança positiva.
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Um bom Ano de 2009 para todos!

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JM
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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Cavaco Silva promulga e...

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... E se calhar não deveria ter promulgado. A desculpa de ter jurado cumprir a constituição, não é suficiente para este desfecho.
No braço de ferro com o governo da república e com o governo regional dos Açores, o Presidente perdeu.
Nunca deveria ter aceitado que a sua autoridade fosse posta em causa.
O que lhe aconteceria se não tivesse promulgado o diploma? Despediam-no?
Face ao tom do discurso que proferiu, explicando as suas razões, não deveria ter restado mais nada ao Presidente, que não fosse a dissolução da Assembleia da República, muito embora isso pudesse ser do agrado de Sócrates.
Está criado um grave conflito institucional, e nunca mais serão as mesmas as relações entre a Presidência da República e o governo.

Daqui a menos de dois dias, teremos a tradicional mensagem de Ano Novo do Presidente.
Será que Sócrates vai começar já a arrepender-se de ter cantado vitória, e de ter enredado Cavaco Silva nestes jogos de poder? Foi a vitória de Sócrates uma vitória Pírrica? Vai o Presidente emendar a mão e mostrar a coragem que lhe faltou hoje? E o maior partido da oposição, quando começará a pagar pelo facto de ter votado a favor antes e de se ter abstido na última votação, e ainda de ter autorizado o voto favorável dos dois deputados açorianos e permitir assim os dois terços necessários à confirmação, embora e apesar das imensas críticas?
Logo veremos no que isto vai dar, mas o Presidente errou pela falta de coragem para o confronto total.



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JM
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A GRIPE !

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A GRIPE!

O país ficou estupefacto com este surto de gripe.

O país não estava preparado para tal.

Os hospitais ficaram repletos.

As esperas nas urgências dos hospitais chegaram em alguns casos às vinte horas.

Não se admite!

O país parou!

E o que fazem os responsáveis pela saúde em Portugal? Apelam ao auto-diagnóstico e à auto-medicação (vá à farmácia ou tome o que tiver em casa), vão-nos dizendo para não ir-mos aos hospitais, que lá só se apanham infecções e ainda ficamos pior, ou pomos os outros em pior estado, ou ainda mais grave, tiramos a vez aos casos realmente urgentes, e que o melhor, em casos mais graves, será dirigirmo-nos aos Centros de Saúde.

Mas, como sei eu o estado de doença em que estou? Como sei eu se tenho uma “simples” gripe (ainda há quem morra disso), ou uma pneumonia ou outra coisa qualquer? Como sei eu se é grave ou não.

Desde há dias que a comunicação social nos tem massacrado com estas notícias, começando e acabando os telejornais com as mais variadas queixas e reparos, fazendo programas inteiros sobre o assunto.

Mas no fundo será mesmo assim, como se tem dito e ouvido?

Qual a aprendizagem que a população teve, para que não entre em pânico à mínima constipação e se limite a dirigir-se ao C.S. ou à farmácia?

Na realidade, o que faltou foi planificação, com a maior parte do pessoal dos hospitais, em férias de Natal e portanto sem capacidade para um afluxo anormal de atendimento, e também, mas mais importante que isso, com a falta de médicos de família nos Centros de Saúde (onde em muitos casos é necessário ir para a porta de madrugada para poder ter direito a uma consulta, e muitas vezes se não consegue). Por outro lado, se se estiver doente com gripe, e por isso incapacitado para trabalhar, só uma instituição pública como o hospital, está habilitada a passar o respectivo atestado médico para entregar à entidade patronal. Convém também não esquecer, que a maior parte da população que, nestes casos, recorre aos hospitais, se não mesmo a totalidade, não tem capacidade económica para chamar um médico particular.

Onde ir então, se não for ao hospital?


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JM

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também "postado" no blogue "CLUBE DOS PENSADORES"

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A LINHA DO TUA, AINDA!

A LINHA DO TUA!

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A linha do Tua é a ferrovia que inicialmente ligava a Foz do Tua à cidade de Bragança, mas que agora apenas faz a ligação entre Carvalhais, Mirandela e Cachão.
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A Avaliação de Impacte Ambiental do Aproveitamento Hidroeléctrico de Foz Tua encontra-se em consulta pública até 18 de Fevereiro, tendo como principal ponto de discussão a cota da barragem e a submersão da linha ferroviária do Tua. A Declaração de Impacte Ambiental deverá ser emitida até 11 de Maio de 2009. Esta consulta pública, está escondida no tempo das festas de Natal e ano novo, e também num período de encerramento prolongado da linha, podendo apanhar os cidadãos um pouco desprevenidos e desmotivados.
A 17 de Janeiro vai ter lugar em Bragança um debate sobre esta linha férrea, e espera-se que saiam desse debate, soluções a propor a quem de direito.
A linha do Tua, memória do Douro, pode e deve também, representar o futuro desta região.
É de toda a maneira um crime, deixar que matem esta que é uma das mais belas linhas férreas do mundo. Ninguém em seu prefeito juízo, poderá permitir que uma parte do património do país, seja destruído, para que, um qualquer lucro comercial se obtenha. Este caso, que mostra à saciedade o desprezo a que as regiões e seus interesses são votadas por este governo, o que leva à questão da necessidade de uma regionalização, é um exemplo perfeito da tragédia em que se transformou no nosso país, tudo o que, tendo valor histórico e seja de utilidade económica regional, colida com algum outro interesse instalado ou a instalar. A situação que se verifica actualmente, só é normal em países subdesenvolvidos, e não nos que se querem na linha da frente do desenvolvimento.
Seja qual for a solução adoptada, só pode passar pela recuperação integral da linha, pela sua continuidade até Bragança (como já foi em tempos) e por um serviço de alta qualidade, estendendo-se também a recuperação a toda a rede ferroviária do Douro.
A regionalização política poderia de uma maneira séria levar-nos para soluções interessantes, desde que a visão dos políticos regionais fosse a de verdadeiros defensores da sua região.
Estando em apreciação um possível referendo local sobre este assunto, espera-se que dê frutos, e impeça a construção da barragem que, a ser construída, vai destruir esta beleza natural.

JM
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quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

I'VE GOT DREAMS TO REMEMBER

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OS MEUS SONHOS DE NATAL - A SENHORA MARGARIDA.

São sonhos velhos, os que tenho, com muitas saudades misturadas, de muitos Natais bem passados, com uma família enorme (sim, é verdade, pertenço aos felizardos que tiveram uma infância e adolescência felizes, e com uma família grande), com um avô paterno bonacheirão e amigo de comer bem, tias e tios e primos que enquanto o dinheiro não abundou, se mostraram sempre muito boas pessoas, e a felicidade de todos os anos, dormirmos (fomos durante muitos anos dezanove) de 24 para 25 em casa dos avós, todos juntos, numa alegria imensa.
A consoada, com toda a gente à mesma mesa, ou quase toda porque os mais pequenos ficavam numa mesa à parte por falta de espaço, era barulhenta, com todos a falar ao mesmo tempo, e muito alegre. Não havia espaço para o silêncio nem para a menos alegria. Ninguém abandonava a mesa sem autorização do meu avô, mas também ninguém queria, e o jantar durava muito tempo, sabendo todos nós de antemão, que no dia seguinte o almoço seria mais uma vez uma enorme festa.
Perto da meia-noite, os mais velhos iam assistir à Missa do Galo, enquanto os mais novos estavam já na cama, de olhos esbugalhados pela insónia provocada pala ânsia da chegada da manhã do dia seguinte e das prendas que cada um iria ter nessa altura.
Prendas, era uma para cada um, e que maravilhosa que essa prenda era. O primeiro a acordar ia ver se o Menino Jesus já tinha chegado e colocado as prendas nos sapatos que estavam em cima do fogão de lenha, e vinha avisar os outros. Cada um se entretinha a ver o que lhe tinha calhado e depois era a festa de mostrar aos outros e começar a brincar.
Mas as minhas saudades e os meus sonhos sobre os bons tempos, não se limitam à época de Natal. Lá em casa, havia duas pessoas mais, que eram como que da família; a srª Margarida e o sr Aurélio. Eram casados um com o outro e desde tempos imemoriais, trabalhavam para os meus avós. O sr Aurélio, homem bom mas muito reservado e pouco dado a manifestações, tratava de tudo o que dissesse respeito aos animais e ao campo e obedecia cegamente à mulher, e a srª Margarida, dava ordens sobre ordens ao marido e tratava das lides da casa e da cozinha. Nos últimos anos, já doente, era quase só da cozinha que tratava (e que bem que cozinhava), pois que tinha uma ajudante para os quartos. Eram, estes dois, para mim como uns segundos avós, principalmente ela, por quem eu, e todos os meus primos (éramos nove), tínhamos uma adoração enorme, que era correspondida em triplicado. Era a nossa conselheira, a nossa ouvinte, aquela a quem, quando era preciso dizer alguma coisa aos nossos pais ou avós e não havia muita coragem, nós confiávamos a diligência de o fazer, e tínhamos a certeza que o seria bem feito. Era a alma daquela casa! Depois da sua morte, nunca mais nada foi o mesmo.
A cozinha, razoavelmente grande, era o local por excelência do casarão, e a srª Margarida era a dona única daquele espaço. Lá nos reuníamos, fofocávamos, bilhardávamos, desfazíamos zangas novas ou antigas, contávamos anedotas, ouvíamos histórias de tempos idos, recebíamos ofertas de batatas ou couves tronchudas ou qualquer outro mimo, roubávamos batatas acabadas de fritar, e comíamos uns ovos estrelados (um dos meus mimos preferidos e que ela adorava oferecer) com um sabor tal, que por muito que tenha procurado, nunca mais na minha vida voltei a encontrar.
Nesta véspera de Natal, noite de consoada, voltei a lembrar-me desses tempos (a srª Margarida faleceu no início de 1991 e o sr Aurélio já há anos tinha morrido), da enorme falta que essa mulher me faz, e senti uma tristeza imensa, tanto pelas saudades desses tempos fabulosos, como pela impossibilidade dos meus filhos e sobrinhos crescerem com tanta qualidade, quanto a que nós tivemos.
Um bom e SANTO NATAL para todos, com a Avé Maria de Gounod.

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JM
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Há muita vida para além da crise



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Artigo de Manuel Serrão.
Leia "clicando" no título

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Em alta velocidade para o abismo

Em alta velocidade para o abismo



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Mais um óptimo artigo sobre o que se não deverá fazer em Portugal.
Leia, "clicando" no título.

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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

E ISTO LEMBRA-NOS QUEM?

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Hoje é dia de recordar o que é o populismo

Populismo quer dizer demagogia infrene, exploração das emoções, primarismo ideológico, culto quase messiânico do líder, cumplicidade activa com a comunicação social tablóide, espectacularização da política, atenção exclusiva ao curto prazo, desprezo pelas regras institucionais.

Populismo é substituir os cidadãos pelas massas, a política pela festa, as ideias pelo glamour. Populismo é fazer-se de vítima e piscar o olho aos ressabiados dos vários quadrantes. É escarnecer dos que têm noção de serviço público. É exibir a mania das grandezas, prometer “obra” e “animação”. É esconder o vazio com a paródia. É cultivar o clientelismo e a dependência. É preferir o truque, o tráfico de influências, a gestão dos interesses, a negociata.

O populista odeia o trabalho, o estudo, o rigor, o planeamento, o médio prazo, a transparência, a prestação de contas, o compromisso, o escrutínio, o debate de ideias. O populista adora a multidão e a rua tanto quanto aborrece os cidadãos e a cidade.

O populista não olha a meios para atacar os adversários e procura sistematicamente feri-los na sua honra e dignidade.

Há quem se renda ao populista porque confia que lhe traz vantagens no imediato, mesmo sabendo que o preço a pagar será enorme. Há quem se renda porque no fundo se revê nele, porque lhe inveja a desenvoltura e o sucesso. Há quem se renda porque desistiu de pensar e agir com responsabilidade.

Quem se rende ao populismo não ama a democracia.

Augusto Santos Silva



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A MIM, LEMBRA-ME OS POLÍTICOS DO NOSSO GOVERNO (E TAMBÉM, E INFELIZMENTE OS POLÍTICOS EM GERAL), COMEÇANDO POR VER AQUI RETRATADOS O SR. SÓCRATES, PASSANDO PELO MINISTRO LINO (JAMAIS PARA OS AMIGOS) E OUTROS, E ACABANDO NO PRÓPRIO AUTOR DO TEXTO, AUGUSTO SANTOS SILVA.

NÃO HÁ NADA COMO A SINCERIDADE DOS NOSSOS GOVERNANTES, EM ESPECIAL NESTA ÉPOCA NATALÍCIA.

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JM

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RICHMOND

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AO REDOR DOS KEW GARDENS
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domingo, 21 de dezembro de 2008

CRÓNICAS LÁ DE FORA

CHRISTMAS CAROLS


Estava em Trafalgar Square, nos primeiros dias deste Dezembro, pelas 5 da tarde, já noite cerrada, depois de ter visitado a National Gallery of London, e de me ter deleitado com quadros magníficos de pintores não menos aclamados mundialmente, como Rembrandt, Monet, Picasso, Renoir, Van Gogh, só para referir os que sempre mais me impressionaram, e uma infinidade de outros.
De mão dada com minha mulher, olhava a estátua de Lord Nelson, quando reparei que aos pés da coluna, e nas costas do Vice-Almirante estava um presépio rodeado a cerca de alguns metros por uma barreira metálica e com algumas pessoas encostadas.
Curiosos aproximamo-nos!
Ao longe ouvia-se, vindo do meu lado esquerdo, música, e entrevejo uma espécie de pequeno cortejo, com uma fanfarra a meio. À frente um padre e alguns acólitos. Dirigia-se a nós, com o “ministro” a comandar.
Olho à minha volta, pessoas de todas as idades, desde crianças a velhos muito velhos, esperavam calmamente. Um dos acólitos distribuiu uns panfletos, e quase todas as pessoas aceitaram.
Ainda não imaginava o que se estava a passar. O frio era de rachar, menos de zero graus seguramente, e toda a gente com ar de satisfação.
Em tudo parecido com algumas coisas que já antevira no meu país, organizado pelos padres locais lá pelas aldeias. Estava com dúvidas sobre se ia haver uma míni missa campal ou qualquer coisa do género.
Só quando vi algumas pessoas, poucas, a persignarem-se, entendi que a religião era a Anglicana. Mas como se parecia com a minha, Católica Romana. Diziam as mesmas coisas e de maneira muito semelhante, embora com menos carga de seriedade (mais tarde assistimos na catedral de St Paul´s a uma lição de catequese sobre o nascimento de Cristo, e com a excepção de uma certa liberdade de linguagem, nada vimos de diferente do que aprendemos).
Depois de uma curta prelecção, deram início à cerimónia, que era nem mais nem menos que cantar os Christmas Carols.
Todas as várias centenas de pessoas presentes cantavam (aos poucos o espaço encheu), num coro de vozes muito afinadas. O folheto que tinham distribuído no início tinha as letras para os menos avisados como eu.
O espírito natalício tinha invadido e de que maneira toda a gente.
Nunca na minha vida me tinha apetecido tanto cantar. Senti-me comovido, muito comovido!
A comunhão entre os presentes era total.
Não senti nenhuma diferença, antes pelo contrário, por estar entre cristãos "diferentes" de mim. Éramos todos iguais. Todos com o mesmo Cristo no fundo dos nossos corações, e o desejo de paz no mundo muito enraizado.
Acabado o canto, senti-me leve, com um quentinho na alma, em paz com o mundo e muito, mas muito mais feliz.
Abençoada época natalícia.


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JM
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sábado, 20 de dezembro de 2008

O MENINO JESUS


AS PRENDINHAS DO MENINO JESUS

Com a aproximação do Natal e do fim de ano, e como seria de se esperar, tudo começou a acalmar.

O menino Jesus chegou uns dias mais cedo e começou a dar umas prendinhas à moda antiga, ou seja, poucas, que a vida não está para brincadeiras, e sem permitir a intromissão do senhor de vermelho e barbas brancas, que bem lá no fundo é um mãos largas.

Assim, (Ele, Ele mesmo sem tirar nem pôr) ofereceu à grande maioria dos portugueses a possibilidade de esquecer o linguajar do sr Nogueira, e o podermos verificar que os srs professores se acalmaram durante as férias como é de seu legítimo direito.

Ofereceu aos alfacinhas o retornado e reaparecido Santana, com o apoio da presidente do PSD e de alguns dirigentes do partido (que não todos, longe disso), para que possam verificar que não há duas sem três.

Entendeu dar aos portistas a alegria de vencerem o grupo e continuarem a sonhar com o taça dos campeões, com a taça de Portugal e com o campeonato.

Aos benfiquistas castigou-os, não lhe dando os oito golitos nem o empate dos outros, de que tanto pareciam necessitados para que o Flores podesse medrar, mas deu-lhes um tento na própria baliza.

Mostrou a todo o mundo que não se pode querer tudo, o mundo e ainda mais, como fez o sr Madoff, ou como o fizeram em escala pequenina, mas enorme aos nossos olhos, os nossos administradores do BPP, do BCP, do BPN e outros, pois que a justiça divina pode tardar mas não falha.

Resolveu dar um castigosito ao sr Presidente da República, por causa de ter andado durante muito tempo a apaparicar o governo, e fez com que o PCP votasse favoravelmente os estatutos dos Açores, e mesmo que não tivesse feito qualquer diferença, que o PSD se tivesse abstido (o que para muita gente se não entende muito bem, uma vez que havia muitos deputados adeptos do voto contra).

Ajudou-nos a todos com a descida ininterrupta do preço do petróleo, muito embora a descida dos preços no consumidor final, das gasolinas e do gasóleo, não tenha acompanhado como deve ser essa descida.

E lá nos foi dizendo com palavras mansas de compaixão, que deveremos aproveitar ao máximo estes dias de bonança, que podemos estar descansados que nada vai mudar, que este ano foi muito mau, mas que o próximo, que já está a muitos poucos dias de chegar, ainda vai ser pior, e esta acalmia não é mais que uma prendinha de Natal do Menino Jesus antes da chegada da tempestade.



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JM

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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

P. S. L.

P. SANTANA LOPES

Cá está ele, de novo na ribalta de onde em boa verdade nunca terá saído.
Pela voz de Castro Almeida, que não conseguiu engolir o sapo todo de uma vez e ao contrário do que deveria fazer, uma vez que a capital deveria ter prioridade, referiu a candidatura à câmara de Braga antes da candidatura à de Lisboa, soube-se o que já se sabia, que Pedro Santana Lopes seria o candidato do PSD às próximas eleições a efectuar lá para o quarto trimestre do próximo ano.
O emotivo e apaixonado político, combativo como nenhum outro, amado por uns e odiado por outros tantos, recebeu o apoio inequívoco das mesmas pessoas que dentro do seu partido o vilipendearam, numa reviravolta notável, e o desagrado e até reacções desajustadas de alguns outros que, de dentro do mesmo PSD, continuam a não lhe perdoar a obra feita, a popularidade e a competência.
Na verdade este homem mete medo a muita gente.
Não há nada que o derrube de vez, sabe falar e sabe do que fala, é lutador, é corajoso e com opiniões vincadas, é competente e não pára quieto. É popular, tem obra conhecida e reconhecida, tendo tudo para derrubar o actual presidente da câmara de Lisboa, que não terá o perfil adequado para o cargo que ocupa.
Dos seus adversários, os que por certo se vão recandidatar, andam já nervosos e inquietos pois que é mais que provável que tenham que passar a ser oposição, os outros, os do seu próprio partido, andam também e da mesma maneira, nervosos e inquietos, pois que mais uma vez o homem ressurge e traz com ele, mais uma vez, uma candidatura com capacidade ganhadora.
As reacções de uns e de outros não deixam de ser tristes e ao mesmo tempo divertidas. Para tal entendimento, bastará que as pessoas queiram deleitar-se com as motivações que as provocam.

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JM
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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O SENHOR MINISTRO

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O ministro das Finanças admitiu que, no limite, o Governo pode vir a retirar as garantias que deu à banca se as instituições não fizerem chegar o crédito às empresas.

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Mas agora o governo, para conseguir alguma coisita, já faz chantagem com os bancos?
E é assim? Publicamente? Com ameaças? Através da comunicação social?
Até onde será possível descer, atirando a culpa para cima de outros, para captar votos?
Por certo que a culpa é minha , que não entendo nada disto!

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JM
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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O MUNDO ESTÁ MUDADO, QUEM VAI OUSAR FESTEJAR?

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QUEM VAI OUSAR FESTEJAR?

Todos os anos, de todos os que me lembro, e de todos os outros de que ouço falar, o mês de Dezembro traz com ele a festa da esperança. Começa com a preparação do Natal e termina com uma festa imensa, na qual se enterra o ano velho e se saúda alegre e ruidosamente a chegado do ANO NOVO.
Durante este mês, o último de cada ano, vão-se revendo tradicionalmente as tristes histórias do dia-a-dia do ano que está prestes a acabar, falando-se intensamente do que correu mal e fazendo votos para uma melhoria significativa no ano que está quase a nascer.
E este ano, como vai ser?
Toda a gente diz que o ano de 2008 foi horrível, que nunca houve ano pior que este nas memórias dos mais velhos e por aí fora num chorrilho de lamentações, e desgraça das desgraças, o ano de 2009 vai ser ainda pior. E não é só toda a gente que o diz, também os senhores que supostamente nos governam o dizem, sem papas na língua nem temor de desmentidos.
Assim sendo, que raio de festa vamos nós fazer no dia 31? A que desejos de melhoria vamos brindar no momento de abrir o vinho espumoso? Quem vai ter coragem de dançar e contar com alegria e muito ruído os segundos últimos deste ano, gritando de alegria no final das doze badaladas, sabendo que vamos para pior? Que pedidos iremos fazer ao comer cada uma das doze passas, se não adianta nada e a luz do túnel insiste em estar apagada?
No fundo, quem vai ter alento e coragem para festejar?

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JM
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VOLTEI !

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De novo por cá !

Voltei, cansado mas satisfeito. Senti saudades. Afinal meio mês são muitos dias.
As minhas férias, há muito tempo esperadas, preencheram todas as minhas expectativas. Fiquei com sentimentos contraditórios sobre tudo o que vi e senti.
No fim de toda a minha visita, descobri que afinal (mas isto eu já sabia) a minha terra, a minha região, a minha cidade, o meu país, são do melhor que o mundo tem (esta a melhor das conclusões).
No local por onde andei, a redescobrir o que já quase esquecera, vi monumentos maravilhosos, coisas novas, lugares lindos e pessoas diferentes.
Vi também vida stressada, correrias, empurrões, gentes de todas as cores e credos, cheiros diferentes e esquisitos, tudo numa amálgama tremenda e inquietante. Muito mais de metade das pessoas com que me cruzei eram emigrantes, que tentavam ter uma vida melhor. Muito mais de metade das pessoas que vi ou ouvi, falavam a sua língua nativa e não a do país de acolhimento. Na realidade, poucas vezes se ouvia falar correctamente. Em todo o lado o sotaque muito arrevesado era notório, e facilmente se tornava difícil sermos entendidos, apesar de (sem modéstia) falarmos a língua do país quase sem sotaque. Com frequência tínhamos de repetir uma e outra vez o que dizíamos, pois que o interlocutor era estrangeiro como nós, e entendia mal a língua universal.
Por todo o lado, milhões de pessoas viviam acotoveladas, empurrando-se umas ás outras no intuito de chegarem mais à frente ou em primeiro lugar. Os cheiros das mais variadas comidas, referentes às mais variadas e diferentes culturas das pessoas que por lá vivem, confeccionadas em lojecas à borda das ruas rente aos passeios por onde temos de passar, nem todos bons, ou mesmo quase todos maus, invadiam-nos e viviam constantemente connosco, por todo o lado.
Aos poucos, as saudades da minha terra, do meu Porto, foram-me invadindo. Os quase quinze anos que levara desde que tinha ido àquela terra pela última vez, e que me fizeram esquecer o que de mau ela tem por causa dos milhões que lá vivem, desapareceram como que por magia, e foi como se lá tivesse estado no mês anterior. Fiquei de novo vacinado para mais quinze anos. No entanto a cidade é linda e maravilhosa, e, claro, digna de ser visitada uma e outra vez. Fiquei foi "cheio" das pessoas que lá vivem! E vivem lá tantos como os que vivem em todo o meu país, naquele espaço do tamanho da área metropolitana do Porto ou talvez um pouco maior. No entanto, se nos afastarmos dos centros mais conhecidos ou dos locais mais visitados, os cheiros maus desaparecem e os empurrões também, e a maravilhosa cidade reaparece. E há coisas lindas para serem vistas e apreciadas. E se, por fim, sairmos da cidade grande e vaguearmos por aquele grande país, descobrimos então todo o maravilhoso mundo que ele nos pode mostrar.
Os últimos dias ficaram muito compridos, e o desejo de voltar à calma e ao rame-rame dos meus dias na minha cidade, foi crescendo.
Já cá cheguei, depois de cerca de duas horas de voo, e cheio de vontade de, nas minhas próximas férias, ir para fora cá dentro.
Agora, hoje, vou dedicar-me a ler e apreender o que se passou no meu país nestas duas semanas. Se calhar está tudo cada vez mais na mesma.


JM
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