domingo, 5 de outubro de 2025

Cinco de Outubro / A Pátria que Respira em Silêncio

Cinco de Outubro 

A Pátria que Respira em Silêncio 

 

Há datas que não são apenas números no calendário. São pulsações da alma colectiva, instantes em que o tempo se dobra sobre si mesmo e nos sussurra quem somos. O cinco de Outubro é uma dessas datas. Não uma, mas duas vezes. Em 1143, com o Tratado de Zamora, nasceu Portugal, e em 1910, com a queda da monarquia, ergueu-se a República. E, no entanto, apenas uma dessas faces é celebrada. A outra, a mais antiga, a mais funda, permanece esquecida, como se a raiz pudesse ser ignorada sem que a árvore tremesse. 

Fundar é mais do que proclamar 

Fundar é acto de origem, gesto inaugural. Quando D. Afonso Henriques se fez reconhecer como rei, não se libertou apenas de um jugo político, deu nome ao espaço, deu corpo à vontade, deu destino ao povo. A fundação de Portugal não é um episódio medieval; é o primeiro sopro da nossa existência, o momento em que deixámos de ser sonho para sermos chão. Celebrar esse dia é acender a memória. E a memória, como o lume, não serve apenas para aquecer o passado, serve para iluminar o presente, e, quiçá, guiar o futuro. 

A República sem raízes é uma casa sem alicerces 

Um país não vive do seu passado, mas não pode viver sem ele. A República é filha da História, não é a sua substituta. Quando um sistema político se torna mais importante do que a nacionalidade que o sustenta, alguma coisa se perde. Não se trata de negar a República, mas de lhe devolver contexto. De lhe recordar que antes dela houve reis, povo, língua, mar e, sobretudo uma razão de ser. Houve Portugal. Ignorar a data da fundação é amputar a narrativa. É como ler um romance começando no segundo capítulo. E o facto de se ter escolhido o dia de Camões para ser conjuntamente o dia de Portugal e das Comunidades portuguesas não apaga a legitimidade de celebrar também o instante em que nascemos como nação. Mas porquê este silêncio? Talvez porque celebrar a fundação monárquica pareça, a olhos desatentos, incompatível com o espírito republicano. Como se a honra devida às origens exigisse fidelidade ao sistema que os viu nascer. Engano profundo. A memória não tem bandeira partidária.

 Celebrar o 882.º e o 115.º, um gesto de reconciliação 

Este ano, Portugal completa 882 anos. A República, 115. Que gesto mais belo seria unir ambas as celebrações, como quem junta duas mãos que há muito se não tocam. Seria um acto de maturidade, de respeito, de amor à verdade. Seria reconhecer que somos feitos de continuidade, não de ruptura. Seria bonito. E ficava-nos bem. Mas, mais uma vez, não será assim. Por isso atrevo-me a propor que, nos próximos anos, olhemos para as duas datas com reconhecimento mútuo, não para apagar diferenças, mas para as integrar numa narrativa comum, numa memória reconciliada. 

 



 

 

sexta-feira, 3 de março de 2023

O CARVALHO DE PAÇOS DE FERREIRA CAIU HÁ SEIS MESES

 



O Carvalho de Paços de Ferreira caiu há seis meses (20)

 

 

Para poder ler, p.f. "clique" na ligação abaixo

https://www.luso.eu/colunistas/cronicas/o-carvalho-de-pacos-de-ferreira-caiu-ha-seis-meses.html


sexta-feira, 14 de outubro de 2022

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

PORTUGAL FAZ ANOS NO DIA 5 DE OUTUBRO

 



PORTUGAL FAZ ANOS NO DIA 5 DE OUTUBRO


5 Outubro de 1143

 .
A data da Fundação Nacional é o dia 5 de Outubro de 1143, dia em que foi assinado o Tratado de Zamora.
É esta a data que corresponde, em primeiro lugar, à Independência de Portugal, e em segundo lugar à implantação da República em que ora vivemos.
Um país não vive do seu passado, mas tem que manter viva a sua memória.



.
.

QUANDO UM SISTEMA POLÍTICO SE TORNA MAIS IMPORTANTE DO QUE A NOSSA NACIONALIDADE,

TROCAM-SE AS PRIORIDADES.

 .
Celebremos o 879º (octingentésimo septuagésimo nono) Aniversário de Portugal.
 
 

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

VALORES, PRINCÍPIOS, ÉTICA, RESPEITO E EMPATIA

 


 

 

 

VALORES, PRINCÍPIOS, ÉTICA, RESPEITO E EMPATIA

 

Colaboração com o Jornal das Comunidades, LUSO.EU

Décima sexta crónica 

 

Para poder ler, p.f. "clique" na ligação abaixo

 

https://www.luso.eu/colunistas/cronicas/valores-principios-etica-respeito-e-empatia.html

 

 

 

 

 

 

sábado, 10 de setembro de 2022

UM CIMBALINO SE FAZ FAVOR

 






 

 

 

 

 

UM CIMBALINO SE FAZ FAVOR

 

 

Colaboração com o Jornal das Comunidades, LUSO.EU

Esta é a minha décima quinta crónica 

 

Para poder ler, p.f. "clique" na ligação abaixo

 

https://www.luso.eu/colunistas/cronicas/um-cimbalino-se-faz-favor.html

 

 

 

 

 

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

DE MANHÃ, FUI AOS FIGOS

 


DE MANHÃ, EU FUI AOS FIGOS!

 

 

De manhã eu fui aos figos!

Ainda não tinham batido as oito e meia e já eu lá estava, na minha Leira, à beirinha da mais apetitosa das minhas figueiras. Sim, figueiras, plural, tenho quatro já adultas, mas dessas só duas me enchem o olho e o palato, e mais três ainda imberbes.

Das que me enchem e saciam, uma, dá figos verdes, relativamente pequenos, pingo de mel, mas ainda não estão maduros, e a outra, figos roxos e grandes, às vezes enormes e extremamente saborosos. Foi destes que fui colher.

Levei um baldinho, do tamanho do que os putos levam para a praia, ou um pouco maior, e …,

sábado, 27 de agosto de 2022

O TANQUE DE REGA


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 O TANQUE DE REGA

 

Colaboração com o Jornal das Comunidades, LUSO.EU

Esta é a minha décima quarta crónica 

 

O TANQUE DE REGA

 

 Para poder ler, p.f. "clique" na ligação abaixo

 

https://www.luso.eu/colunistas/cronicas/o-tanque-de-rega.html

 

 

 

 

 

domingo, 14 de agosto de 2022

HÁBITOS DE ACREDITAR E CONFIAR

 












 

HÁBITOS DE ACREDITAR E CONFIAR

 

 

 

Colaboração com o Jornal das Comunidades, LUSO.EU

Esta é a minha décima terceira crónica 

 

 HÁBITOS DE ACREDITAR E CONFIAR

 

 Para poder ler, p.f. "clique" na ligação abaixo

 

 https://www.luso.eu/colunistas/cronicas/habitos-de-acreditar-e-confiar.html

 

 

 

 

domingo, 7 de agosto de 2022

A SOMBRA E AS ÁRVORES

 






A SOMBRA E AS ÁRVORES

 

Colaboração com o Jornal das Comunidades, LUSO.EU

Esta é a minha décima segunda crónica 

 

 A SOMBRA E AS ÁRVORES

 

 Para poder ler, p.f. "clique" na ligação abaixo

 

 https://www.luso.eu/colunistas/cronicas/a-sombra-e-as-arvores.html