segunda-feira, 29 de março de 2010

COMO SE PODE PERDER A RAZÃO

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Estamos, hoje, confrontados com o início de mais uma greve. A dos Enfermeiros. A segunda deste ano, e ainda só estamos em Março.

Não discuto o direito que cada um, e os enfermeiros em particular, têm, de fazer greve. Neste caso, as razões prendem-se especialmente com discriminações salariais, para além de, assunto menor mas não menos importante, alguns aspectos da «nova carreira». Entendem as senhoras e os senhores enfermeiros, que ganham pouco, se os compararmos aos outros licenciados, e queixam-se de que, só dez por cento dos seus profissionais podem aceder à categoria de «enfermeiro principal».

Para além da greve, e a exemplo do que fizeram no Porto, há dois meses, vão fazer um buzinão em Lisboa. Nunca soube muito bem para que poderá servir um buzinão, mas enfim, é mais uma forma de protesto que chateia toda a gente, já que, buzinão de fazer cair um governo, só mesmo no tempo do da ponte, aquela que agora se chama de 25 de Abril.

Terão no entanto, toda a razão, as senhoras e os senhores enfermeiros.

Na greve de Jeneiro, aderiram à causa cerca de noventa por cento dos enfermeiros, e agora, prevê-se que os números sejam idênticos.

Não poderia estar mais de acordo com estes profissionais. São agora licenciados, pelo que têm de ser tratados pela Administração Central da mesma forma que todos os outros profissionais nas mesmas condições, muito embora não me sinta totalmente esclarecido sobre os reais motivos de uma greve nesta altura. Pelo que se sabe, existem negociações com o governo no sentido de resolver os diferendos existentes, e também se sabe que o diferendo se prende com salários de 1020 euros para os enfermeiros em inicio de carreira, contra 1200 euros dos outros.

E, no meu entender, esta greve tem um mas, em tudo na vida há um mas, é que estamos a falar de pessoas que tratam e ajudam a tratar pessoas doentes. Pessoas doentes que não têm culpa nas razões que assistem a estes senhores. Doentes que, em muitos casos, necessitam de cuidados urgentes e/ou continuados. Sim, eu sei que os serviços mínimos estarão assegurados, mas estarão mesmo, em todos os casos?

Hoje, logo de manhã, pelas 8h30, ouvi na rádio uma declaração de um membro do sindicato dos enfermeiros, a falar sobre as razões da greve e das expectativas de adesão para estes três dias, e fiquei boquiaberto ao ouvir que, como enorme vitória dos grevistas, se esperava que muitas cirurgias se não realizassem.

Senti-me, mais do que tudo, esclarecido!


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