quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O RAMADÃO QUE DEVERIA HAVER EM CADA UM DE NÓS

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Começa agora o mês sagrado do Islão.
Para nós, os que não somos Muçulmanos, o jejum alimentar é a parte mais visível do Ramadão. Durante este mês, os crentes não podem comer nem beber, entre outras coisas, entre o nascer e o pôr do sol, com honrosas excepções.
É um dos pilares do Islão, e serão cerca de dezasseis, as horas diárias de jejum.
Há porém uma parte escondida neste jejum, da qual nós, os que não somos Muçulmanos, não falamos.
Mas não são os fiéis que a escondem, somos nós que não a queremos ouvir. Talvez que não nos convenha.
É que o jejum não se limita a ser físico.
Também é espiritual, e este implica não mentir, não prejudicar o próximo, não caluniar e ser mais piedoso, durante todo o mês sagrado.
Bem que poderíamos aprender um pouco com eles. Esta coisa de fazer jejum espiritual, só nos faria bem. Só nos elevaria, colocando-nos num patamar superior.
Já imaginaram o que seria o nosso mundo, com as pessoas de um modo geral e os políticos em especial, a não mentirem durante um mês em cada ano?
Já imaginaram o que seria o nosso mundo com as pessoas de um modo geral a não prejudicarem os outros, nem que fosse só durante um mês em cada ano?
Já imaginaram o que seria o nosso mundo sem calúnias, nem que fossem só trinta os dias em cada ano em que isso acontecia?
E por fim, já imaginaram o que seria o nosso mundo com gente mais piedosa, mesmo que essa piedade elevada ao rubro só se verificasse durante o mês do Ramadão?
Eu sei que todas as religiões, no fundo, têm (todas) a mesma base, reclamam para si todas essas coisas, da piedade, da não mentira, e do não prejudicar seja quem for, durante todo o ano, mas na verdade, a não ser em pequenos redutos ortodoxos, ninguém as cumpre, ninguém liga a mínima importância a essas regras, e, pelo que se sabe, na religião Muçulmana, pelo menos durante este mês, são milhões os que se esforçam para que tal aconteça.

2 comentários:

  1. Com raras excepções, talvez budismo, estas práticas nunca se aplicam ao mundo real muito menos na política e negócios. Mesmo em religião ponho as minhas dúvidas e como da muçulmana conheço muito pouco ou quase nada, veio-me à mente o tempo da abstinência católica, quem tinha dinheiro tinha bula logo desobrigado.
    Recordo-me de ainda criança ter desmaiado por a comunhão obrigar a jejum, em nome de quê?
    Continuo cristã, por acreditar que a sua mensagem foi o amor, mas muitas das práticas da igreja considero-as sem qualquer interesse humano.

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  2. A Senhora falou em que se "poderia suspender a democracia por seis meses"

    O Zê queria Portugal sem Governo por 1 mês...

    Não era má ideia.

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