domingo, 16 de setembro de 2012

RETIRADO DO BLOGUE "REAL GANA" - EU NÃO DIRIA MELHOR

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REAL GANA

 

"QUE SE LIXE O POVO QUEREMOS É PORRADA PARA NOS PODERMOS QUEIXAR"



Há uns anos alguém me ofereceu umas fotocópias interessantíssimas de uma espécie de "Manual do Revolucionário" para aprendizes. Eficaz, sem dúvida. Explicava quais a acções a desenvolver para tomar conta de empresas, associações (estudantis e sindicais em particular), cooperativas, etc. Ah... e manifestações!

Independentemente da minha posição, que não tem a menor importância para o caso e que deixei claramente exposta no post anterior, milhares de pessoas saíram à rua neste sábado e manifestaram-se ordeiramente. Com muitas emoções à flor da pele, muita revolta, muito cansaço mas ordeiramente.
Com razões ou com emoções ninguém abusou da sua liberdade fazendo perigar a integridade do outro.

Mas a alguns, muito poucos, isto não chegou. Queriam porrada da grossa, queriam a polícia a carregar sobre os manifestantes, queriam sangue e vítimas. Um grupelho de instigadores fez o que pode para provocar uma grande chatice frente à Assembleia da República.
Quem tenha prestado uma acurada atenção poderá ter-se apercebido de que alguns dos rapazolas que se agitaram frente ao FMI, na Av. da República, eram exactamente os mesmos que estavam presentes nas primeiras filas junto à A.R.
 Felizmente a polícia de choque não reagiu de acordo com o esperado por estes inconscientes - para não dizer pior.

No vídeo acima (para ver o vídeo terão de ir até ao REAL GANA) a dada altura a jornalista diz que a polícia começou a carregar sobre as pessoas. Isto é absolutamente falso. Não se vê nas imagens, nem nestas nem nas da RTP ou nas da TVI; nenhum dos manifestantes entrevistados mais tarde referiu qualquer carga da polícia.

A polícia teve um comportamento corajoso e exemplar face a tanta provocação: arremesso de pedras da calçada, petardos, garrafas de vidro, arranque de sinais de trânsito, derrube de barreiras e o que mais se viu.
À polícia de choque, e a quem a comandou, o meu sincero aplauso.


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Escrito pela minha amiga Paula, que não sei se esteve ou não na manifestação - mas conhecendo razoavelmente as suas ideias não estranharia que tivesse estado - , palavras que deixou "postadas" na sua página do Facebook:

«Sei que não é pacífico o que vou dizer. Já me tinha esquecido como as multidões, mesmo que unidas por uma mesma intenção, um ideal, um desejo comum, são muito especiais, e escolho a palavra "especiais" para ser delicada. É apenas um pormenor. Mas não é inocente. A forma exacerbada como as pessoas reagem só por verem a polícia, não faz sentido. Pelo menos, no dia de hoje, não fazia sentido. Vi os polícias com os cães - e bem sei que a metáfora é forte, a imagem está carregada de sentidos históricos, políticos, literários. CÃES NEGROS. Pois está. Mas mesmo assim e apesar de. Não faz sentido blasfemar e pronunciar injúrias e palavrões e ameaçar só porque. Só porque o polícia está ali. Só porque o é e porque sim!
Queria apenas, como legenda a esta foto, fazer uma pergunta: E AGORA, JOSÉ? Mas a minha irmã achou que não se perceberia : ) »

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