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O QUARTEL DE SÃO BRÁS ESTÁ ENTREGUE A QUEM?
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O QUARTEL DE SÃO BRÁS
Esquecido e
abandonado, o quartel de São Brás, desactivado, que foi, em 1993 pelo
Estado-Maior do Exército, e agora em estado de pré-ruína, foi construído no mesmo local onde houvera um
fortim consagrado ao mesmo santo, nos tempos do Cerco de Porto.
Fora um dos pontos chave da defesa do Porto, por parte dos liberais.
Foi esse fortim que acabou por definir o nome da via que hoje é a rua de São Brás.
Foi quartel
da Guarda Municipal, quartel de Transmissões, e em 1963 passou a Casa
de Reclusão da Região Militar do Porto, chegando a albergar, durante
algum tempo, o espólio do Museu de Etnografia do Porto, oriundo do
Palácio de São João Novo. Em 2001, a parada do velho quartel abandonado
estava convertida em parque de estacionamento das viaturas apreendidas
pela Polícia Judiciária.
A Câmara do
Porto tentou, ao longo dos anos, negociar com o ministério que supostamente o tutelava, o da Economia, a
transferência da posse do edifício para o município, mas sem qualquer
sucesso.
De facto, a
partir da data da sua desactivação, várias foram as tentativas de se
dar um destino àquele espaço. Em 1997, Fernando Gomes, Presidente da
Câmara Municipal do Porto, tentou estabelecer um acordo para a aquisição
do quartel, com o Ministério da Defesa, e que passava por abrir o
edifício ao movimento associativo da cidade.
Em 2001, um
novo acordo quase foi celebrado, para que a autarquia tivesse direito à
utilização do espaço, mas nada aconteceu apesar da assinatura de um
protocolo de passagem do imóvel para o património municipal ter acabado
por ser celebrado em 6 de Dezembro de 2001. A promessa de realização de
obras de reabilitação, feita no final de 2001, nunca se concretizou.
O espaço
fora também cobiçado pelas juntas de freguesia da cidade, já que em 1994
tinham já feito uma “guerra” para que o quartel não fosse transformado
numa cadeia para mulheres. Entendiam que, dessa vez, lá devesse ser
criado um ninho de colectividades. No entanto, nenhuma proposta chegou,
alguma vez, a avançar.
Em 2004, no dia 28 de Maio, a Escola Carolina Michaelis sugeriu a instalação do Conservatório de Música no mesmo quartel.
Anos
depois, vários candidatos à Câmara Municipal sugeriram que o quartel
fosse utilizado como um espaço cultural, estando ao dispor de músicos e
artistas. Falou-se ainda de ser utilizado para instalar as Associações recreativas da cidade. Foi também pensado que o espaço serviria para alojar residências universitárias, de que a cidade tem míngua.
Nunca estas ideias medraram!
No
passado ano de 2015, aquando da decisão do Governo de alienar o Castelo
de São Francisco Xavier (Castelo do Queijo), o Presidente da Câmara
Municipal, Rui Moreira, propôs que a Câmara tomasse posse do quartel (as
negociações para este espaço já estavam em andamento), assim como do
Castelo do Queijo, tentando negociar uma permuta com o Ministério da
Defesa (por imóveis da autarquia), mas nada mais se soube sobre o
desenvolvimento deste assunto.
Não era, no
entanto, aceitável, que um edifício do Estado tenha estado neste estado de
degradação, sem que se tenha conhecido o que lhe reservava o futuro.
Mas agora ...
Surgiu, apadrinhado pelo Ministério das Finanças, com a aprovação da Câmara Municipal do Porto, um projecto da Casa de Saúde de Santa Maria para a instalação naquele espaço da sua Escola Superior da Saúde e de uma unidade de apoio a idosos. Tudo parecia bem encaminhado.
Nada poderia vir a correr mal!
Enganaram-se os que assim pensaram. O ministério que supostamente tutelava o espaço (Economia), afinal não tutelava coisa nenhuma, e o que o tutela (Defesa), decidiu passar por cima de todas as negociações já feitas e quer (vai) vender o espaço em Praça Pública por 3,9 milhões.
Para que vai servir? E a quem?
Nada como saber-se o que se quer fazer, e como!
Apostemos agora na especulação imobiliária.
Estamos entregues a que tipo de gente?
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Certamente que vai cair nas mãos de algum grupo hoteleiro, e....aí vem mais um hotel. Esperem para ver.
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