terça-feira, 31 de janeiro de 2012

ESTE TIPO NÃO TEM EMENDA

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LÁ ESTÁ DE NOVO O SENHOR JARDIM DA MADEIRA A FAZER DAS DELE
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O homem não tem emenda. Não há nada a fazer. 
Não lhe bastava o que foi fazendo ao longo dos anos, e agora, apesar de debilitado com o acordo que teve de fazer com o governo da República e com a pequena maioria absoluta que detem, torna a fazer das dele. 
Imagine-se que deu ordens aos departamentos governamentais do seu governo regional para "dar prioridade absoluta" às empresas que são do arquipélago em quaisquer actos e contratos.
Mas então este senhor Jardim, Presidente do Governo Regional não sabe que não podemos proteger os "nossos" em eventual detrimento dos outros?
O senhor Jardim não sabe que isso que ele mandou fazer pode ir contra a Constituição da República Portuguesa? 
O senhor Jardim não sabe que os mandantes do nosso País que estão no continente, não gostam dessas brincadeiras?  
O senhor Jardim não vê que assim não vai conseguir calar as vozes que contra ele falam?
Mas será que alguém pensa que o senhor Jardim da Madeira se incomoda com o que aqui no continente pensamos? 
O senhor Jardim da Madeira, quer é o bem dos seus, antes de saber do bem dos outros. E tem toda a razão!

TAMBÉM NO AVENTAR
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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O PRINCÍPIO DE SATYAGRAHA



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FAZ HOJE 64 ANOS QUE MORREU A GRANDE ALMA DA ÍNDIA
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Mohandas Karamchand Gandhi, conhecido como Mahatma (Grande Alma) Gandhi, defendeu durante décadas a não violência mas morreu assassinado no dia de hoje de há 64 anos.
O seu corpo foi cremado e as cinzas lançadas ao rio Ganges.
De Gandhi, para além do seu exemplo de vida, ficou o Princípio de Satyagraha, ou caminho da verdade, que serviu para inspirar vários políticos e activistas pró-democracia, ao longo de várias décadas.
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NEM UM BARCO BULIA NA QUIETA MELANCOLIA

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GRANDE VITÓRIA DOS TRABALHADORES - TUDO PARADO NA SOFLUSA
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Nem um barco bulia na quieta melancolia das águas calmas do Tejo.
Zangados com o Plano Estratégico dos Transportes, os trabalhadores fizeram greve. Pararam!
No rio, os barcos balouçam calmamente ao sabor das águas.
Nas margens os trabalhadores, os outros que não os da Soflusa, com os terminais encerrados por questões de segurança, desesperam e tentam arranjar, uma vez mais, maneira de chegarem a horas aos seus trabalhos, ou, na pior das hipóteses, maneira de lá chegarem nem que cheguem atrasados. Todos sabem que na parte da tarde, quando tentarem regressar a casa vindos dos seus trabalhos, se vai repetir a mesma situação. Felizmente a Trantejo não paralisou, mas se o tivesse feito não seria a primeira vez que se viam a braços com nenhuma alternativa. Sabem no entanto, estes trabalhadores que não são os da soflusa, que se todos conseguirem chegar a horas aos seus empregos, fica provado que os barcos da Soflusa poderão não ser precisos para nada (modo de falar) e que, a fusão proposta no Plano Estratégico, com supressão de algumas carreiras é mais do que justificada, mesmo à custa de um maior sacrifício das gentes do Barreiro.
Por sua vez, os trabalhadores, estes que são da Soflusa, exultam com a qualidade e com a intensidade dos seus protestos. Venceram e continuarão a vencer. Pararam os barcos que fazem o transportes de passageiros, trabalhadores como eles, e entendem que fizeram muito bem.
É com esta grande vitória dos trabalhadores que se construirá um Portugal melhor, mais digno, próspero e solidário. 
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domingo, 29 de janeiro de 2012

OS CAVAQUISTAS NÃO GOSTAM DO SENHOR GASPAR? ENTÃO O HOMEM DEVE SER MESMO BOM!

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CAVAQUISTAS QUEREM O MINISTRO GASPAR FORA DO GOVERNO
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Gaspar não os poupa, Gaspar não dá descanso, Gaspar corta a direito, Gaspar não aceita certas formas de previlégio, Gaspar não gosta de alguns direitos adquiridos, Gaspar tomou o pulso ao País e abanou a tibieza geral que nos arrasta para o fosso lamacento em que vivemos há já demasiados anos, Gaspar retira a alguns previligiados a possibilidade de se encherem no bandulho orçamental, Gaspar é um chato peçonhento e com os "ditos" no sítio, Gaspar tem pulso e quer um Portugal que trabalhe muito e demonstre que o faz bem, antes de exigir regalias e direitos.
Agora querem que o senhor se vá embora, porque estará a dar cabo do modelo social e económico que se construiu após  a revolta dos capitães, e acerca do qual os governos do senhor Cavaco Silva tiveram um papel fundamental.
Olhando para o que durante esse período fizeram os ministros das Finanças de Portugal os primeiros ministros de então até há bem pouco tempo, os partidos da "esfera" do poder e os sindicatos e centrais sindicais do nosso País, se hoje os senhores cavaquistas querem que o senhor Gaspar se vá embora é porque ele deve ser realmente muito competente.

A MADEIRA ESTÁ MAIS LONGE


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"ARMAS" ABANDONA
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O navio "ARMAS" que durante cerca de seis anos (desde 2006) fez a ligação marítima de transportes regulares de passageiros entre o continente (Portimão) e a  ilha da Madeira (Funchal), deixou de o fazer.
Como não poderia deixar de ser, a culpa cai no Governo Regional, que não deu ao armador espanhol as condições que este entendeu por necessárias para efectuar esse serviço.
Também como não poderia deixar de ser, independentemente da razão que eventualmente lhes possa subsistir, a oposição política e algumas associções empresariais acusam igualmente os governantes  regionais de protegerem e beneficiarem o Grupo Sousa,  concessionário das operações portuárias do arquipélago e com o monopólio da ligação marítima entre as ilhas da Madeira e do Porto Santo.
Quem fica a perder é o arquipélago, cujos habitantes deixam de ter uma via mais económica de acesso ao continente e às Canárias, aumentando o nível de vida, fazendo diminuir o emprego e aumentando o isolamento (parte das conclusões de uma petição pública colocada na Internet subscrita por muitos cidadãos). 

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

CARVALHO DA SILVA VAI DEIXAR SAUDADES - CGTP PERDE AUTONOMIA FACE AO PCP

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UM COMUNISTA SEGUIDISTA E ORTODOXO À FRENTE DA CGTP
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Vai ser desta que a CGTP se reforma e reformula. 69 membros dos seus conselho nacional, comissão executiva e secretariado, saem por força do novo regulamento, prevendo-se que sejam substituidos por membros mais afectos à linha comunista seguidista e ortodoxa do PCP, a começar pelo novo líder, Arménio Carlos.
Ao longo dos últimos quatro anos, a autonomia face ao partido comunista conseguida durante mais de vinte anos por Carvalho da Silva, tem vindo a esmorecer, por via do aumento de protagonismo do novo líder a eleger entre hoje e amanhã no XII congresso da CGTP, conhecido por ser obstinado, rigoroso, competente e exigente e pelas suas fortes ligações à linha ortodoxa do PCP.
A julgar pelas últimas declarações ouvidas, a CGTP prepara-se para endurecer a luta dos trabalhadores, de uma forma que se traduzirá num enorme erro que a médio prazo dará os seus frutos. 
Os trabalhadores Portugueses não embarcam facilmente em lutas obstinadas que, em defesa de certos princípios, lhes faça perder os poucos empregos que ainda há. 
Os trabalhadores Portugueses procuram estabilidade, coisa que a CGTP nunca conseguiu ver muito bem, e se prepara para ver ainda pior.

Também no AVENTAR
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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

ELIMINAR ESTES FERIADOS É ACABAR COM A INDENTIDADE DO NOSSO PAÍS

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O GOVERNO DECIDIU ACABAR COM OS FERIADOS DO 5 DE OUTUBRO E DO 1º DE DEZEMBRO
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Nunca ninguém, nem mesmo os responsáveis do anterior regime, o Estado Novo, vulgo fascismo, se atreveram a mexer nestes dias muito importantes para a nossa identidade.
A relembrar:
5 de Outubro 1143 - Assinatura do Tratado de Zamora, onde Portugal foi reconhecido como País.
1 de Dezembro 1640 - Restauração da Independência de Portugal, acabando com a dominação espanhola.
Aqui temos mais uma decisão controversa deste nosso governo que como é evidente não deveremos apoiar. 

Também no AVENTAR

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

AJJ - O SENHOR JARDIM, DA MADEIRA

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O BURACO ORÇAMENTAL
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Visitei pela primeira vez a ilha da Madeira no ano de 1976, no verão, em pleno Agosto, e durante doze anos fui visita assídua do arquipélago. Várias vezes por ano lá aportava e, entre Agosto e Setembro de cada ano, lá passava eu e a minha família perto de um mês na praia, no Porto Santo, o que me permitiu conhecer como poucos a ilha dourada e razoavelmente a ilha da Madeira. Depois, e durante os vinte e poucos anos seguintes, acompanhei a vida do arquipélago através dos mesmos familiares e das notícias que lia e ouvia, mas com poucas viagens feitas. A minha última viagem foi feita em Abril do ano passado.
Durante os trinta e cinco anos que passaram desde a minha primeira vez, ouvi de tudo sobre o arquipélago, sobre as suas gentes e em especial sobre o seu Presidente. O sr Jardim, da Madeira.
Durante esses anos foi sendo construída aqui no continente uma imagem negativa do nível de vida das ilhas e da capacidade intelectual das gentes da Madeira, e acima de tudo da competência e da honestidade do Presidente do governo Regional e dos membros do seu governo.
Quando conheci as ilhas, estas tinham um nível de desenvolvimento fraco e provinciano. Vindo eu da segunda maior cidade do País, via que a esse nível pouco as diferençava das cidades limítrofes da minha e se calhar nem mesmo da minha. Lá como cá, o País era Lisboa, a capital o Estoril, e o resto era paisagem. Naquela altura nem o Algarve tinha ainda ganho mais um “L” para o internacionalizar e por essa razão não era ainda o País anglo-germânico que hoje é.
Com o passar dos anos vi a regionalização a ser implementada, as obras públicas a acontecerem com as estradas novas e os “furados” a rasgarem a terra, o crescimento do aeroporto, a criação da Zona Franca, o incremento do turismo de qualidade, e de um modo geral o grande desenvolvimento daquela parte de Portugal.

domingo, 22 de janeiro de 2012

ASSIM NÃO DÁ, PORRA! A GUITA NÃO CHEGA PARA AS DESPESAS.

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O SENHOR PRESIDENTE É QUE NOS ENTENDE
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O senhor Presidente da nossa República, anda preocupado com a nossa vida. 
Ele sabe o quanto custa viver com pouco dinheiro, ele que pouco mais tem que dez mil euros por mês e a sua amantíssima esposa não ganha mais que oitocentos, e os sacrifícios e malabarismos que é necessário fazer para que o magro vencimento chegue até ao fim do mês.
Estou consigo, senhor Presidente. Não fora as minhas despesas, que ultrapassam em muito o que tenho disponível mensalmente, o que faz com que, como o senhor, tenha de ir buscar todos os meses algum dinheiro do que andei a poupar durante muitos anos, e pode ter a certeza de que seria eu um dos primeiros a ajudá-lo com alguma coisita.
Nunca se esqueça de nós, senhor Presidente, e obrigado pela solidariedade.
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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

FOI-SE A MEIA-HORA, FORAM-SE DIAS DE FÉRIAS, FORAM-SE FERIADOS, FOI-SE A CGTP


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CGTP PÔS-SE DE FORA, PARA ASSIM MELHOR "DEFENDER" OS TRABALHADORES
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O governo avançou, recuou, lateralizou, fez das tripas coração, e atingiu os seus objectivos. Ao fim de uma porrada de horas (foram dezassete, caramba) lá conseguiu um acordo tripartido com a CIP e a UGT. O sr Álvaro, nosso Ministro tu-cá-tu-lá, está satisfeito.
Foram-se dias de férias, acabaram-se alguns feriados, não se trabalha a tal meia-hora a mais, passa a ser mais fácil despedir os maus funcionários, 
Como tem sido hábito ao longo de tantos anos de suposta democracia, a CGTP, pôs-se de fora das negociações logo ao princípio da reunião, defendendo assim os trabalhadores Portugueses da sua visão obsoleta das coisas do trabalho, não deixando no entanto de, no futuro, ir dizendo tudo o que lhe passar pela cabeça, incentivando por certo, os trabalhadores que ainda a ouvem, a lutarem contra o acordo, a fazerem greves, a não cumprirem com o acordado, no que terão o PCP e o BE a fazerem o coro necessário.
Já passava das três da manhã do dia de hoje, 17 de Janeiro de 2012, quando foram dadas por concluídas as negociações cujas conclusões não agradaram por completo seja a quem for. Foi o acordo possível para acalmar as hostes e promover uma paz social aceitável.

TAMBÉM NO AVENTAR
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

LA FONTAINE (A CIGARRA E A FORMIGA)

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VERSÃO ACTUALIZADA - 2012
(Recebido por email e de autor desconhecido)
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Versão Alemã

A formiga trabalha durante todo o Verão debaixo de Sol. Constrói a sua casa e enche-a de provisões para o Inverno. A cigarra acha que a formiga é burra, ri, vai para a praia, bebe umas bejecas,  vai ao Rock in Rio e deixa o tempo passar. Quando chega o Inverno a formiga está quentinha e bem alimentada. A cigarra está cheia de frio, não tem casa nem comida e morre de fome.
Fim


Versão Portuguesa

A formiga trabalha durante todo o Verão debaixo de Sol. Constrói a sua casa e enche-a de provisões para o Inverno. A cigarra acha que a formiga é burra, ri, vai para a praia, bebe umas bejecas, vai ao Rock in Rio e deixa o tempo passar. Quando chega o Inverno a formiga está quentinha e bem alimentada. 
A cigarra, cheia de frio, organiza uma conferência de imprensa e pergunta porque é que a formiga tem o direito de estar quentinha e bem alimentada enquanto as pobres cigarras, que não tiveram sorte na vida, têm fome e frio. 
A televisão organiza emissões em directo que mostram a cigarra a tremer de frio e esfomeada ao mesmo tempo que exibem vídeos da formiga em casa, toda quentinha, a comer o seu jantar com uma mesa cheia de coisas boas à sua frente. 
A opinião pública Portuguesa escandaliza-se porque não é justo que uns passem fome enquanto outros vivem no bem bom. 
As associações anti pobreza manifestam-se diante da casa da formiga. 
Os jornalistas organizam entrevistas e mesas redondas com montes de comentadores que comentam a forma injusta como a formiga enriqueceu à custa da cigarra e exigem ao Governo que aumente os impostos da formiga para contribuir para a solidariedade social. 
A CGTP, o PCP, o BE, os Verdes, a Geração à Rasca, os Indignados e a ala esquerda do PS com Helena Roseta e Ana Gomes à frente e o apoio implícito de Mário Soares organizam manifestações diante da casa  da formiga. 
Os funcionários públicos e os transportes decidem fazer uma greve de solidariedade de uma hora por dia (os transportes fazem-na à hora de ponta) de duração ilimitada. 
Fernando Rosas escreve um livro que demonstra as ligações da formiga com os nazis de Auschwitz. 
Para responder às sondagens o Governo faz passar uma lei sobre a igualdade económica e outra de anti descriminação (esta com efeitos retroactivos ao princípio do Verão).
Os impostos da formiga são aumentados sete vezes e simultaneamente é multada por não ter dado emprego à cigarra. 
A casa da formiga é confiscada pelas Finanças porque a formiga não tem dinheiro que chegue para pagar os impostos e a multa. 
A formiga abandona Portugal e vai instalar-se na Suíça onde, passado  pouco tempo, começa a contribuir para o desenvolvimento da economia local. 
A televisão faz uma reportagem sobre a cigarra, agora instalada na casa da formiga e a comer os bens que aquela teve de deixar para trás. Embora a Primavera ainda venha longe já conseguiu dar cabo das provisões todas organizando umas "parties" com os amigos e umas "raves" com os artistas e escritores progressistas que duram até de madrugada. 
Sérgio Godinho compõe a canção de protesto "Formiga fascista, inimiga do artista...".
A antiga casa da formiga deteriora-se rapidamente porque a cigarra está-se marimbando para a sua conservação. Em vez disso queixa-se que o Governo não faz nada para manter a casa como deve de ser. 
É nomeada uma comissão de inquérito para averiguar as causas da decrepitude da casa da formiga. O custo da comissão (interpartidária mais parceiros sociais) vai para o Orçamento de Estado: são 3 milhões de euros por ano. 
Enquanto a comissão prepara a primeira reunião para daí a três meses a cigarra morre de overdose. 
Rui Tavares comenta no Público a incapacidade do Governo para corrigir o problema da desigualdade social e para evitar as causas que levaram a cigarra à depressão e ao suicídio.
A casa da formiga, ao abandono, é ocupada por um bando de baratas, imigrantes ilegais, que há já dois anos que foram intimadas a
sair do País mas que decidiram cá ficar, dedicando-se ao tráfego da
droga e a aterrorizar a vizinhança. 
Ana Gomes um pouco a despropósito afirma que as carências da integração social se devem à compra dos submarinos, faz uma relação que só ela entende entre as baratas ilegais e os voos da CIA e aproveita para insultar Paulo Portas. 
Entretanto o Governo felicita-se pela diversidade cultural do País e pela sua aptidão para integrar harmoniosamente as diferenças sociais e as contribuições das diversas comunidades que nele encontraram uma vida melhor. 
A formiga, entretanto, refez a vida na Suíça e está quase milionária...
Fim
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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

PORQUE ME APETECE OUVIR MÚSICA - LISZT

A MENSAGEM

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A MENSAGEM DE ANO NOVO DO SENHOR PRESIDENTE (2012)
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Tenho andado arredado destas tricas políticas. Não me tem apetecido ouvir as mesmas coisas interpretadas de muitas maneiras diferentes, todas elas carregadas das razões que assistem a quem as faz. Mas desta vez, até porque os meus companheiros de ocasião assim o pretendiam, lá ouvi com a atenção possível, o senhor Presidente. 
Até nem foi um discurso muito longo, pelo que nem me custou assim tanto estar atento. As mesmas palavras, a mesma maneira de falar, o mesmo olhar, o mesmo tom de voz. Tudo igual a tantas outras vezes. De diferente, se é que o foi este conjunto de recados ao governo, a ideia da necessidade de uma agenda para o crescimento da economia e do emprego como via para resolver a crise. Ideia que, nas palavras do senhor Presidente, deveria ser aproveitada pelos outros países da UE, mandatando o governo, através do discurso,  para implementar e defender tal ideia.
Eu não gosto muito de recados e ainda menos se forem dados publicamente, quando verifico que foi esquecido por quem os manda, o tempo em que teve funções executivas e as responsabilidades que lhe caberão na situação actual, desde as do tempo em que exerceu funções de líder do governo até às do tempo em que, antecipando o desastre que se adivinhava, não demitiu o governo anterior talvez por causa da sua própria agenda que tinha marcada uma reeleição a curto prazo. 
Será fácil mandar umas bocas para o ar, com um ar quase benevolente, sendo mais difícil actuar em conformidade.
O senhor Presidente não é má pessoa, longe disso, mas pensa que o povinho não tem memória. 
Ainda sobre este discurso, gostaria de o ter ouvido falar dos que andam a prejudicar o esforço do governo, mas sobre o assunto, nem uma palavrinha, pequenina que fosse. Estou referir-me, entre outros, ao caso dos maquinistas da CP. É para mim inadmissível que os sindicatos que promovem as atitudes a que todos assistimos, não sejam postos na ordem. Convém não esquecer que a CP é uma empresa falida e que cada dia de greve se traduz em prejuízos enormes para acrescer aos que a empresa já tem, isto para não falar dos incomensoráveis prejuízos dos utentes, que são o elo mais fraco desta equação. Mais valia que acabassem com esta empresa e fizessem outra, de raiz, a ver se algo mudava para melhor. Mas o senhor Presidente sobre isto disse nada.
Se o Presidente ficou àquem do que eu esperava, os partidos que comentaram o seu discurso foram além.
Como de costume, fiquei com a sensação de que a língua "Protuguesa" é muito difícil de ser entendida. Talvez por força do acordo ortográfico tenha ficado ainda mais inintelegível.
Se para alguns dirigentes dos partidos e/ou sindicatos, o discurso do Presidente foi claro e estão de acordo com ele no essencial, sendo que sempre disseram isso mesmo (PS, PSD, CDS) e por isso o governo está no bom caminho (PSD, CDS), ou deverá mudar já que sempre dissemos o que o governo não quer ver e por isso está cada vez mais isolado (PS), para outros, da ala esquerda ou esquerdista, acham que o discurso do Presidente não é coerente, que deveria ter dito o que não disse, e que os pacotes de austeridade não tiram o País da crise em que está atolado.
Ora, se eu não entendi bem o discurso do senhor Presidente, se os dirigentes da esfera governamental entenderam de uma forma e os de fora dessa esfera entenderam de outra completamente oposta, sendo que as palavras foram exactamente as mesmas, então esta droga ainda está pior do que eu pensava, ou, o que deve ser uma verdade muito verdadeira, eu não percebo mesmo nada disto, e é certo que não tenho agenda, seja ela política ou outra para me guiar as palavras e o entendimento, pelo que vou mais uma vez, fazer um larguíssimo interregno e deixar de os ouvir, seja de um lado da barricada seja do outro.
Talvez que para o próximo ano já não existamos, e assim o senhor Presidente não tenha precisão de nos falar outra vez.

No Aventar
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