quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

NÃO HÁ CONDIÇÕES

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NÃO SE ADMITE O QUE ESTÃO A FAZER
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Não se admite o que a oposição está a fazer ao governo de Lisboa. É que os tipos não deixam que os governantes, eleitos democraticamente, governem como sabem. Fazem imposições, votam em maioria contra as decisões do sr Sousa, não permitem que as coisas se façam como os governantes querem, enfim, estão a ser uns tratantes, mais ainda do que os da anterior maioria o foram.
E, claro que quem se vê assim tratado, não gosta.
Eu também não gostaria de ser enxovalhado por uns quantos deputados que, lá porque têm a maioria, se consideram no direito de não quererem as coisas como eu as quereria. Até era o que mais faltava. Então eu, que até tinha ganho as eleições, tinha de me sujeitar a que uns gajos quaisquer me dissessem como queriam que eu governasse? Então eram eles que tinham ganho as coisas ou eu?
No meu entender, os deputados da oposição, estão a esticar a corda. E quem muito estica, corre o risco de ver as coisas a partirem-se.
E voltando ao que eu pensaria se estivesse nos sapatos do nosso Primeiro.
Eu, até que adoraria que me esticassem a corda até que ela partisse. Quem ficava a perder, eram eles. Logo a seguir, eu ganhava tudo de novo e dessa vez com maioria absoluta. E depois era vê-los a chorar pelos «passos perdidos». Esmagava-os de uma vez por todas, e fazia com eles o que já uma vez os da maioria anterior tinham feito. Fazia deles gato sapato.
Mas os deputados da oposição, não querem que o nosso Primeiro se vá embora. É que não querem mesmo. O que eles querem é vingar-se dele, pelo que ele lhes fez na legislatura passada. Eles querem é «malhar no PS». Como o outro, lembram-se?
E depois, como o nosso Primeiro, Sócrates II, O Dialogador, gosta muito de dialogar, vem um e diz que quer diálogo e negociação antes da apresentação do orçamento. Vem outro e diz que quer técnicos a analisar as contas da saúde. Vem um terceiro e quer diálogo, sem confrontações, para que a água chegue ao seu moinho, mesmo depois de exigir dinheiro para aprovar o Orçamento. E, está bom de ver, o sr Sousa não gosta nada disto e diz que não se pode governar assim, com dois orçamentos não pode ser, como se fosse possível que tal acontecesse.
Tenho de acabar por concordar com o nosso Dialogador. Assim, não há condições! Não fazem as coligaçõezinhas que ele quer, não se pode fazer nada. O melhor é baralhar e tornar a dar.
Raios partam a oposição que não deixa o governo fazer o que o governo quer, da maneira que o governo (não) sabe.

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(In O Primeiro de Janeiro, 17-12-2009)

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JFM
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1 comentário:

  1. Muitíssimo bem posto.

    Pois coitado de José, ando lavada em lágrimas...

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