domingo, 11 de julho de 2010

ASSOCIAÇÃO FOTOGRÁFICA DO PORTO - COMO SE FORA UM CONTO

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A POLÉMICA NASCEU
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Vá-se lá saber porquê, talvez que movido por interesses próprios fruto de um protagonismo que lhe estará a fugir, ou eventualmente servindo os de alguém que se esconde por trás de um anonimato pardacento, ou por uma qualquer outra razão que me escapa, surgiu, pela voz e acção do coordenador dos «Encontros do Olhar» do IPF (Instituto Português de Fotografia), a notícia, bombástica, da «inqualificável» usurpação do nome intocável da AFP (Associação Fotográfica do Porto), pela actual Associação “Portografia”.
Para o comum dos cidadãos da cidade do Porto, a sigla AFP poderá querer dizer uma qualquer coisa, desde
futebol a farmácias passando casualmente pela fotografia, e terá um interesse relativo, mas para os fotógrafos mais antigos, e se calhar só para esses, faz parte da história da fotografia, da cidade, e do País. Teve, no seu tempo, já lá vão mais de trinta anos, uma importância relevante na formação e criação de fotógrafos no norte do País e em especial na cidade do Porto. A AFP, foi e será sempre parte integrante e importante da vida e da história da cidade.
Entendo ser uma pena que os que com ela conviveram, com ela aprenderam e com ela se tornaram em alguns dos melhores fotógrafos Portugueses, nunca tivessem querido preservar o seu nome, constituindo-se em grupo organizado, e, também, nunca tivessem estado dispostos a descer do seu pedestal e criado um espólio com obras, máquinas e toda a espécie de trabalhos dos seus associados. A AFP morreu por culpa de todos eles, esquecida, velha e caduca, não se sabendo muito bem quando nem como. Dessa AFP, restam memórias e alguns encontros em almoços e jantares feitos por alguns saudosistas.
No ano de 2009 nasceu uma, mais uma, AFP. Resolveu chamar-se Portografia, tendo como designação social Associação Fotográfica do Porto. Juridicamente tudo legal e sem nada, seja o que for, que se lhe possa apontar de negativo, a não ser o uso do nome, assim entendido por alguns, como complemento ao seu, anteriormente usado pela velha e antigamente prestigiada Associação.
Durante um ano, esta nova entidade, viveu calmamente, usando quase exclusivamente o nome por que é conhecida, “Portografia”, sem, que se saiba, alguma vez se ter chamado herdeira, seja em que sentido for, da antiga Associação.
Até ao dia 6 de Julho de 2010.
Nesse dia, no IPF (Instituto Português de Fotografia) e num fim de festa onde não seria previsível o surgimento de tal questão, levantaram-se as vozes, teceram-se críticas, insultaram-se presentes e ausentes, pôs-se em causa a honorabilidade de pessoas, duvidou-se das intenções, criaram-se inimizades e gerou-se o conflito. Uns usaram, outros terão sido usados, uns ofenderam e outros ripostaram. Estragaram a excelência das intervenções anteriores feitas por José Marafona e pelo grupo KameraPhoto. O que deveria ter terminado em festa, acabou em zanga. A quente, disseram-se coisas, escreveram-se outras mais, todos com as suas razões, todos com partes de razão, ninguém isento de culpas ou detentor da verdade absoluta.
Os antigos associados da primitiva AFP, alguns poucos, entendem ter uma razão moral, e com alguma propriedade não terão gostado de ver o nome da instituição que serviram e da qual se serviram, usado por outros. A Portografia entende ter a razão total, já que usou um nome que juridicamente não pertencia a ninguém, e na altura e durante os muitos e muitos anos anteriores, nunca tinha havido quem tivesse querido reclamar a respectiva propriedade.
Até ao dia 6 de Julho de 2010.
Tudo poderia ficar por aqui, numa discussão inócua e sem interesse, e todos iriam viver em paz com eles mesmos.
No entanto, foi colocada uma nódoa em cima da Portografia, por parte coordenador dos «Encontros do Olhar», motivado pelos seus interesses ou eventualmente daqueles a quem ele terá querido servir. Neste particular, as suas acções e os seus intentos acabaram por surtir algum efeito.
Neste momento, e sobre este assunto, pouco mais haverá a fazer, a não ser o pensar em ter atitudes positivas e inteligentes.
No meu entendimento, torna-se obrigatório preservar a memória da AFP (a original) dada a sua história e valor, e desde que os seus «herdeiros morais» assim o entendam, bem assim como a actual, em conjunto.
E a ser assim, porque não dentro da Portografia – Associação Fotográfica do Porto? Porque não se juntam e conversam, os que se consideram detentores da herança moral da AFP e os actuais donos do nome?
Porque não criar uma secção, com um eventual espólio gerido pelos antigos membros da antiga AFP, eventualmente em conjunto e/ou com o apoio do grupo F4 (efequatro) e do Fénix Fotografia, em instalações partilhadas e a criar para o efeito. Estando um novo projecto na forja, porque não aproveitá-lo?
Podem no entanto, esses senhores herdeiros, entender que não querem sequer conversar com a actual Associação, sendo que o inverso pode também vir a ser verdadeiro. Nesse caso dever-se-ia, digo eu, ignorá-los, a uns ou a outros, de uma vez por todas, passando-se a entender que a questão levantada no fim de festa do IPF mais não foi do que fruto do ego exacerbado de alguns, sem mais importância que essa mesmo, e que terá sido aproveitada para fins eventualmente inconfessáveis de outros.
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