segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

VOLTEI !

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De novo por cá !

Voltei, cansado mas satisfeito. Senti saudades. Afinal meio mês são muitos dias.
As minhas férias, há muito tempo esperadas, preencheram todas as minhas expectativas. Fiquei com sentimentos contraditórios sobre tudo o que vi e senti.
No fim de toda a minha visita, descobri que afinal (mas isto eu já sabia) a minha terra, a minha região, a minha cidade, o meu país, são do melhor que o mundo tem (esta a melhor das conclusões).
No local por onde andei, a redescobrir o que já quase esquecera, vi monumentos maravilhosos, coisas novas, lugares lindos e pessoas diferentes.
Vi também vida stressada, correrias, empurrões, gentes de todas as cores e credos, cheiros diferentes e esquisitos, tudo numa amálgama tremenda e inquietante. Muito mais de metade das pessoas com que me cruzei eram emigrantes, que tentavam ter uma vida melhor. Muito mais de metade das pessoas que vi ou ouvi, falavam a sua língua nativa e não a do país de acolhimento. Na realidade, poucas vezes se ouvia falar correctamente. Em todo o lado o sotaque muito arrevesado era notório, e facilmente se tornava difícil sermos entendidos, apesar de (sem modéstia) falarmos a língua do país quase sem sotaque. Com frequência tínhamos de repetir uma e outra vez o que dizíamos, pois que o interlocutor era estrangeiro como nós, e entendia mal a língua universal.
Por todo o lado, milhões de pessoas viviam acotoveladas, empurrando-se umas ás outras no intuito de chegarem mais à frente ou em primeiro lugar. Os cheiros das mais variadas comidas, referentes às mais variadas e diferentes culturas das pessoas que por lá vivem, confeccionadas em lojecas à borda das ruas rente aos passeios por onde temos de passar, nem todos bons, ou mesmo quase todos maus, invadiam-nos e viviam constantemente connosco, por todo o lado.
Aos poucos, as saudades da minha terra, do meu Porto, foram-me invadindo. Os quase quinze anos que levara desde que tinha ido àquela terra pela última vez, e que me fizeram esquecer o que de mau ela tem por causa dos milhões que lá vivem, desapareceram como que por magia, e foi como se lá tivesse estado no mês anterior. Fiquei de novo vacinado para mais quinze anos. No entanto a cidade é linda e maravilhosa, e, claro, digna de ser visitada uma e outra vez. Fiquei foi "cheio" das pessoas que lá vivem! E vivem lá tantos como os que vivem em todo o meu país, naquele espaço do tamanho da área metropolitana do Porto ou talvez um pouco maior. No entanto, se nos afastarmos dos centros mais conhecidos ou dos locais mais visitados, os cheiros maus desaparecem e os empurrões também, e a maravilhosa cidade reaparece. E há coisas lindas para serem vistas e apreciadas. E se, por fim, sairmos da cidade grande e vaguearmos por aquele grande país, descobrimos então todo o maravilhoso mundo que ele nos pode mostrar.
Os últimos dias ficaram muito compridos, e o desejo de voltar à calma e ao rame-rame dos meus dias na minha cidade, foi crescendo.
Já cá cheguei, depois de cerca de duas horas de voo, e cheio de vontade de, nas minhas próximas férias, ir para fora cá dentro.
Agora, hoje, vou dedicar-me a ler e apreender o que se passou no meu país nestas duas semanas. Se calhar está tudo cada vez mais na mesma.


JM
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