Ando perdido na nossa cidade
Ando perdido na minha cidade.
Os valores e expressões que aprendi em ganapo, foram apagados com a nossa permissão, passividade e subserviência, pelos dos gajos dos bués, das bicas, muita, ganda, e por aí fora... !
Perdemos a paixão genuína do “carago”, dos “pinchos”, das “bichas”, dos “moletes”, etc..
Perdemos a massa critica da cidade que um dia soube bater o pé aos de lá de baixo. Perdemos gente rendida à capital, perdemos influência política, competitividade, poder de compra, sedes de empresas, ligações directas do nosso aeroporto (que aos poucos vamos recuperando, graças aos Low Cost e às novas instalações, o que já faz com que muita gente ande aflita – ninguém gosta do sucesso dos outros). Perdemos capacidade reivindicativa, perdemos o orgulho na nossa troca dos “bês” pelos “vês” - que hoje é uma vergonha para quem o faz -, e até nas novelas que diariamente nos invadem, os habitantes do Porto falam com sotaque dos de Lisboa, como se não fossemos mais que uma delegação deles.
E com tudo isto ganhamos realmente uma enorme crise.
Somos ofendidos, ignorados e reduzidos a meia dúzia de pessoas, a um jornal, a um clube e pouco mais – assim dito e redito no programa de televisão pública Prós e Contras, e não ouvi ninguém, dos presentes e ditos defensores da nossa cidade e da nossa região, protestar, embora se vissem aqui e ali, caras de pessoas que se sentiam incomodadas.
Houve vozes que não houve, notáveis que não estiveram e que com razão recusaram o convite para a sua presença, e uma apresentadora, principal responsável por muitos como eu quase nunca verem o programa, facciosa e mal preparada, ou melhor dito, talvez adequadamente preparada, como se ouve dizer por aí nas mesas de café.
Escondeu o Porto real, das pessoas, do carácter, da cultura e do património.
Escondeu alguns problemas e muitos desejos de uma forma sublime, não permitindo nunca veleidades a quem eventualmente quisesse focá-los.
Minimizou o Porto como marca internacional de qualidade, reduzindo-o ao futebol e seus êxitos.
Escolheu lugares comuns e as crises económicas e de emprego, como tema quase único da conversa, culpandoúnica e totalmente as personalidades da nossa região e suas gentes de uma maneira geral, dos problemas imensos em que estamos atolados.
E tudo isto os presentes foram consentindo de uma forma ou de outra, não se vendo ninguém, com coragem e autoridade para acabar com aquilo.
Não deixa de ser engraçado que, para uma pessoa que, como eu, acha que o país é demasiado pequeno para haver regionalização, e que uma real descentralização seria verdadeiramente eficaz, vendo coisas destas, começa a fazer sentido um país de regiões, onde cada um coma com a sua, onde as nossas características e capacidades possam ser valorizados.
Para quando um movimento para a promoção e o consumo de produtos da nossa região e das nossas empresas, da nossa pronúncia, das nossas palavras e das nossas pessoas?
Para quando, e de novo, “gajos do carago”, à moda do Porto, de antes quebrar que torcer, de muita força e de muito carácter?
Que apareçam, que eles andam por aí ..... que eu sei!!!
José Magalhães*
Ando perdido na minha cidade.
Os valores e expressões que aprendi em ganapo, foram apagados com a nossa permissão, passividade e subserviência, pelos dos gajos dos bués, das bicas, muita, ganda, e por aí fora... !
Perdemos a paixão genuína do “carago”, dos “pinchos”, das “bichas”, dos “moletes”, etc..
Perdemos a massa critica da cidade que um dia soube bater o pé aos de lá de baixo. Perdemos gente rendida à capital, perdemos influência política, competitividade, poder de compra, sedes de empresas, ligações directas do nosso aeroporto (que aos poucos vamos recuperando, graças aos Low Cost e às novas instalações, o que já faz com que muita gente ande aflita – ninguém gosta do sucesso dos outros). Perdemos capacidade reivindicativa, perdemos o orgulho na nossa troca dos “bês” pelos “vês” - que hoje é uma vergonha para quem o faz -, e até nas novelas que diariamente nos invadem, os habitantes do Porto falam com sotaque dos de Lisboa, como se não fossemos mais que uma delegação deles.
E com tudo isto ganhamos realmente uma enorme crise.
Somos ofendidos, ignorados e reduzidos a meia dúzia de pessoas, a um jornal, a um clube e pouco mais – assim dito e redito no programa de televisão pública Prós e Contras, e não ouvi ninguém, dos presentes e ditos defensores da nossa cidade e da nossa região, protestar, embora se vissem aqui e ali, caras de pessoas que se sentiam incomodadas.
Houve vozes que não houve, notáveis que não estiveram e que com razão recusaram o convite para a sua presença, e uma apresentadora, principal responsável por muitos como eu quase nunca verem o programa, facciosa e mal preparada, ou melhor dito, talvez adequadamente preparada, como se ouve dizer por aí nas mesas de café.
Escondeu o Porto real, das pessoas, do carácter, da cultura e do património.
Escondeu alguns problemas e muitos desejos de uma forma sublime, não permitindo nunca veleidades a quem eventualmente quisesse focá-los.
Minimizou o Porto como marca internacional de qualidade, reduzindo-o ao futebol e seus êxitos.
Escolheu lugares comuns e as crises económicas e de emprego, como tema quase único da conversa, culpandoúnica e totalmente as personalidades da nossa região e suas gentes de uma maneira geral, dos problemas imensos em que estamos atolados.
E tudo isto os presentes foram consentindo de uma forma ou de outra, não se vendo ninguém, com coragem e autoridade para acabar com aquilo.
Não deixa de ser engraçado que, para uma pessoa que, como eu, acha que o país é demasiado pequeno para haver regionalização, e que uma real descentralização seria verdadeiramente eficaz, vendo coisas destas, começa a fazer sentido um país de regiões, onde cada um coma com a sua, onde as nossas características e capacidades possam ser valorizados.
Para quando um movimento para a promoção e o consumo de produtos da nossa região e das nossas empresas, da nossa pronúncia, das nossas palavras e das nossas pessoas?
Para quando, e de novo, “gajos do carago”, à moda do Porto, de antes quebrar que torcer, de muita força e de muito carácter?
Que apareçam, que eles andam por aí ..... que eu sei!!!
José Magalhães*
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