Sobre o discurso de Ano Novo do Presidente!
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Tem o povo razão quando diz e volta a dizer a frase de que todos falam por estes dias. Na realidade quanto mais se sobe, se iludido, maior é a queda.
O governo tem-nos vendido (foi assim até ao Natal), por baixo preço, a ilusão de que tudo vai bem, de que tudo o que se passa no resto do mundo (uma enorme crise), nos passa ao lado, e que a pouca que temos não é em nada culpa do governo. Para o nosso "primeiro", ele (o primeiro) é o maior, o melhor, e sabe tudo sobre tudo, e se nós o acompanharmos, o adularmos, o seguirmos sem reservas e lhe dermos os votos que de quatro em quatro anos ele necessita, podemos ter a certeza que tudo nos será favorável (foi assim até ao Natal, mais ou menos). Aí, por essa altura, começou a falar no ano negro que se avizinhava, no cabo das tormentas e mais no resto. E o resto seria, mais umas ilusões que foi vendendo, e nós as fomos comprando, ou não fosse ele o melhor vendedor que Portugal tem. Não nos devemos preocupar, que ele (o primeiro) lá está para cuidar de nós. Os outros, são uns garotos que só sabem dizer mal e denegrir no que ele e os seus ministros fazem por nós. Deveremos, claro, estar atentos aos perigos que nos espreitam, mas com a certeza de que ele (o primeiro) lá estará para os combater, num combate duro e difícil, mas para o qual ele (o primeiro) está devidamente prevenido.
Depois, o nosso Presidente veio falar connosco no primeiro dia do ano, depois de dois dias antes também nos ter falado sobre a sua incapacidade de lutar com o primeiro (ele, o mesmo de há um bocadinho) e de ter afirmado que a sua voz (dele, do Presidente) não vale nada e não é ouvida nem levada a sério e que o ofenderam e que apesar de ter feito tudo por tudo para ganhar perdeu, e num discurso bem elaborado bem feito bem dito suficientemente optimista reconfortante e realista e (nisto estamos muito pouco habituados) sem recorrer à mentira a que outros recorrem e mostrando-se atento aos problemas do nosso país lá veio dizer aos Portugueses que não vão em ilusões que elas se pagam caro que quanto mais nos iludimos maior é a pancada da caída que estamos todos a viver acima das nossas capacidades como se nós não soubéssemos que para isso é que servem os cartões de crédito e mais isto e mais aquilo a ver se nós voltamos a pensar que ele tem uma voz que afinal é ouvida como seria a voz de um rei que o povo amasse e que soubesse que ele (o povo) era amado por ele (o Rei) e falou em muitas das profissões que são ignoradas pelo governo e mostrou-se muito amigo de todos e que se por um acaso o governo pensa que é com conflitos que se resolvem os problemas do país está muito enganado (lá estava o Presidente a falar de novo no mesmo de há dois dias atrás mostrando um bocadinho mais de maturidade política e batendo no governo tentando descredibiliza-lo e ao Parlamento) e por aí fora mostrando a todos nós que está confiante na solução de tudo o que nos apoquenta.
Como muita outra gente, gostei do discurso, a ver vamos se o nosso "primeiro" o ouviu, o entendeu, percebeu os recados mais ou menos implícitos, e se, mais importante que tudo o resto, vai fazer alguma coisa quanto a isso. É que nós sabemos o quanto o nosso "primeiro" é avesso a reparos ou a indicações ou mesmo a sugestões sobre o que ele entende saber fazer, melhor que qualquer outro, por todos nós.
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JM
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O governo tem-nos vendido (foi assim até ao Natal), por baixo preço, a ilusão de que tudo vai bem, de que tudo o que se passa no resto do mundo (uma enorme crise), nos passa ao lado, e que a pouca que temos não é em nada culpa do governo. Para o nosso "primeiro", ele (o primeiro) é o maior, o melhor, e sabe tudo sobre tudo, e se nós o acompanharmos, o adularmos, o seguirmos sem reservas e lhe dermos os votos que de quatro em quatro anos ele necessita, podemos ter a certeza que tudo nos será favorável (foi assim até ao Natal, mais ou menos). Aí, por essa altura, começou a falar no ano negro que se avizinhava, no cabo das tormentas e mais no resto. E o resto seria, mais umas ilusões que foi vendendo, e nós as fomos comprando, ou não fosse ele o melhor vendedor que Portugal tem. Não nos devemos preocupar, que ele (o primeiro) lá está para cuidar de nós. Os outros, são uns garotos que só sabem dizer mal e denegrir no que ele e os seus ministros fazem por nós. Deveremos, claro, estar atentos aos perigos que nos espreitam, mas com a certeza de que ele (o primeiro) lá estará para os combater, num combate duro e difícil, mas para o qual ele (o primeiro) está devidamente prevenido.
Depois, o nosso Presidente veio falar connosco no primeiro dia do ano, depois de dois dias antes também nos ter falado sobre a sua incapacidade de lutar com o primeiro (ele, o mesmo de há um bocadinho) e de ter afirmado que a sua voz (dele, do Presidente) não vale nada e não é ouvida nem levada a sério e que o ofenderam e que apesar de ter feito tudo por tudo para ganhar perdeu, e num discurso bem elaborado bem feito bem dito suficientemente optimista reconfortante e realista e (nisto estamos muito pouco habituados) sem recorrer à mentira a que outros recorrem e mostrando-se atento aos problemas do nosso país lá veio dizer aos Portugueses que não vão em ilusões que elas se pagam caro que quanto mais nos iludimos maior é a pancada da caída que estamos todos a viver acima das nossas capacidades como se nós não soubéssemos que para isso é que servem os cartões de crédito e mais isto e mais aquilo a ver se nós voltamos a pensar que ele tem uma voz que afinal é ouvida como seria a voz de um rei que o povo amasse e que soubesse que ele (o povo) era amado por ele (o Rei) e falou em muitas das profissões que são ignoradas pelo governo e mostrou-se muito amigo de todos e que se por um acaso o governo pensa que é com conflitos que se resolvem os problemas do país está muito enganado (lá estava o Presidente a falar de novo no mesmo de há dois dias atrás mostrando um bocadinho mais de maturidade política e batendo no governo tentando descredibiliza-lo e ao Parlamento) e por aí fora mostrando a todos nós que está confiante na solução de tudo o que nos apoquenta.
Como muita outra gente, gostei do discurso, a ver vamos se o nosso "primeiro" o ouviu, o entendeu, percebeu os recados mais ou menos implícitos, e se, mais importante que tudo o resto, vai fazer alguma coisa quanto a isso. É que nós sabemos o quanto o nosso "primeiro" é avesso a reparos ou a indicações ou mesmo a sugestões sobre o que ele entende saber fazer, melhor que qualquer outro, por todos nós.
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JM
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Textos muito bem escritos, este em especial, dão uma enorme mais valia a este blogue.
ResponderEliminarOs meus parabéns.
Um bom 2009 com muitos posts como este
João Prata da Cunha