Já há muito tempo que não me ria tanto e tão à "séria"!!!
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Contereis o riso?
(Horácio)
Versão pós-moderna da Inquisição reuniu na capital para julgar grave crise
de heresia do F. C. Porto que, contra os interesses centralistas, ganha campeonatos
•• Anunciaram os jornais: “A UEFA reconhece e aceita a decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), que hoje confirmou a presença do F.C.P. na próxima edição da Liga dos Campeões, em futebol".
Perante o desabar da estratégia centralista de Cerco do Porto, delineada pelos herdeiros do Miguelismo, reuniu na Capital a versão pós-moderna do Tribunal da Inquisição. Presidiu o fantasma do Inquisidor de Lisboa, D. João de Melo. O super-aliado Baltasar Limpo, Inquisidor do Porto, que, à revelia da burguesia local, ainda conseguiu realizar dois Autos de Fé no Burgo, era convidado de honra. Outro convidado foi o humanista Radovan Karadzic (com barbas). Estiveram presentes o fantasma do Centralista e Hipócrita-mor, Oliveira Salazar, bem como, ressuscitados na 5.ª dimensão, os avatares dos comandantes da Legião Portuguesae da Brigada Naval, Directores da Pide e Presidentes dos Tribunais Plenários. Dos denunciantes - peças essenciais do regimento do Santo Ofício - compareceram os representantes da "União 5 à Sec" (Cinco a Zero - resultado com que o F.C.P., o réu, mimoseara, recentemente, os interessados na sua condenação).
A agenda da reunião era: «1.º Verificando-se grave crime de Heresia, por parte do F.C.P. que - contra os interesses centralistas - ganha campeonatos; 2.º - Que o mesmo herético, campeão a 20 pontos de distância, insiste em disputar a liga dos Campeões, lesando gravemente os interesses centralistas; 3.º - Que o TAS, ao pactuar com tal moralidade e não atender aos desejos da "União 5 à Sec", cometeu grave crime de heresia; 4º - Qual a punição a atribuir a tais defensores de doutrinas materialistas, desrespeitosas da dignidade dos centralistas perdedores, a quem são devidos investimentos, benesses e subserviências dos súbditos?»
A maioria da Assembleia gritou em linguajar da Capital: «À séria: ao "queima-dero"» (tradução para português de gente: «A sério: devem ir para a fogueira!» ). A minoria defendeu que os réus deviam ser submetidos a torturas, para que não ousassem prejudicar mais o Centralismo. Mas, da multidão de assessores presentes, um avençado do contencioso jurídico advertiu que, desde 20.3.l821 (por influência dos heréticos tripeiros que desencadearam a Revolução Liberal), a Inquisição era extinta. Assim, a decisão era nula. E que, pelo Art.º 16.º do Acto Adicional à Carta Constitucional, a pena de morte para crimes políticos tinha sido abolida em 1852. As torturas eram incompetentes. Embora se retorquisse que nulidade e incompetência eram atributos do Centralismo, o Tribunal, consideradas as repercussões internacionais de tais actos, decidiu que a queima na fogueira seria aplicada a autocarros e não a adeptos do F.C.P. e as torturas seriam convertidas em desinvestimento centralista na cidade do Porto.
O Tribunal da Inquisição pósmoderna solidarizou-se com a vocação perdedora (no campo e no TAS) da "União 5 à Sec" e apresentar recursos da decisão de confirmar o F.C.P. na Liga dos Campeões aos seguintes organismos: Tribunal Internacional de Haia, Congresso e Supremo Tribunal Federal dos EUA, Cúria Romana, Câmara dos Lordes da Grã-Bretanha, Assembleia-Geral da ONU, Reischtag da RFA, Cortes Espanholas, Assembleia Nacional Francesa, Organização Internacional do Trabalho e Parlamento Europeu.
Tratando-se de órgãos democráticos, logo, suspeitos de parcialidade, o Tribunal entendeu apresentar queixa de tão nefanda discriminacão urdida pelo movimento sionista, ao Congresso do Partido Nacional Socialista Alemão, o centralista Adolfo Hitler._
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Por Hélder Pacheco in JN- Passeio público- em 14 de Agosto de 2008
.Sem palavras!!!
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