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QUEREM ACABAR COM A MAIS BELA LINHA DO MUNDO 2
A linha férrea do vale do Tua está encerrada por via do último acidente, no dia 22 de Agosto, no qual se lamenta profundamente mais uma morte. O Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT), superintende nessas coisas, e só depois da sua autorização, a linha entre a estação do Cachão e a do Tua poderá entrar de novo em funcionamento. A interdição estende-se também às composições que normalmente a percorrem para efectuar manutenção, e está em vigor por tempo indeterminado. Dizem que é para que não se destruam eventuais provas ou vestígios que possam ser eventualmente úteis á investigação. Quanto a eventuais ideias para explicar o sucedido, nem uma palavra. A comissão de apuramento das razões do acidente nada diz de conclusivo. Corre até a ideia de que nada se encontra ou se verifica ou se sabe, que possa justificar tal acidente.
No entretanto, um grupo de jovens andou por ali a pé, e descobriu um conjunto de parafusos das travessas, desapertados, e que facilmente saíam à mão e também um punhado de travessas podres. E pelos vistos foram entregar essas “provas” ao chefe da estação do Tua, acompanhados de fotografias do que viram.
Mas, mesmo após essa entrega, e dois dias depois, noticiava-se que “a comissão não encontrava causas para o descarrilamento”.
Então os “miúdos” não tinham encontrado os parafusos soltos? Nem tinham visto travessas podres? Estariam a mentir? E as fotografias?
Quanto às travessas, responsáveis pela CP, lá vão dizendo que isso é impossível, que as travessas não apodrecem assim, nem que a linha estivesse desactivada vinte anos…!!!
Dos parafusos, acho que nem falam!!!
E se é verdade que as travessas possam aparentar podridão aos que nada sabem do assunto, será que no que diz respeito aos parafusos é assim também? Os parafusos desapertam-se sozinhos ou são ajudados? Se existe manutenção na linha, essas falhas seriam vistas se o desapertar fosse gradual e motivado pelo uso. Se não são vistas hoje e aparecem amanhã….. que se pode pensar?
Será que a comissão foi ver a linha, ou limitou-se a olhar para os computadores da sala de “trabalho”?
A quem interessa a conclusão anunciada da inconclusividade do inquérito?
A linha, que faz descarrilar comboios em vários locais da sua extensão, como quem muda de camisa, é assim decididamente perigosa e nem vale a pena lutar por ela?
E se é assim, por essa razão, ao ficar encerrada de vez, já não há razão para contestar a barragem.
Haverá interesses escondidos por detrás destas conclusões que o não são?
E os senhores autarcas, que fazem ou que dizem? Umas palavritas “a abater”, umas considerações genéricas, sem uma posição de fundo e de força, a defenderem o que a muitos de nós parece evidente. Que alguém ou muitos, têm interesse em que a linha encerre de uma vez por todas, e que tudo fazem ou fizeram ou farão ou fariam para que tal assim seja.
Ouço falar de regionalização mas nada vejo neste caso que prove que os mesmos que a “defendem” estejam a trabalhar nesse sentido.
Só há litoral na Região Norte? Ou ao contrário do outro ministro, estão todos de férias?
É verdade que o Norte sempre foi abandonado e que é preciso lutar muito para ter um décimo do que tem a capital, mas se sabemos isso, e se sabemos que muitos que cá nasceram se venderam às delícias de Lisboa, lutemos, os que daqui somos e não saímos, com unhas e dentes para acabar com esta situação.
Estamos a falar da História da nossa terra.
Temos que a defender!
Para quando uma “União Regional” em defesa de um dos ícones desta zona que é Património Mundial desde 2001?
Somos ou não somos do Norte?
E o Norte é ou não é uma região que abarca o que foi o “Condado Portucalense”?
E a linha férrea do vale do Tua está ou não no Norte?
Então porque esperamos?
Temos todos de trabalhar para que se faça da conservação desta linha uma prioridade do país.
Não podemos deixar que acabem com a mais bela linha férrea do mundo.
A linha férrea do vale do Tua está encerrada por via do último acidente, no dia 22 de Agosto, no qual se lamenta profundamente mais uma morte. O Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT), superintende nessas coisas, e só depois da sua autorização, a linha entre a estação do Cachão e a do Tua poderá entrar de novo em funcionamento. A interdição estende-se também às composições que normalmente a percorrem para efectuar manutenção, e está em vigor por tempo indeterminado. Dizem que é para que não se destruam eventuais provas ou vestígios que possam ser eventualmente úteis á investigação. Quanto a eventuais ideias para explicar o sucedido, nem uma palavra. A comissão de apuramento das razões do acidente nada diz de conclusivo. Corre até a ideia de que nada se encontra ou se verifica ou se sabe, que possa justificar tal acidente.
No entretanto, um grupo de jovens andou por ali a pé, e descobriu um conjunto de parafusos das travessas, desapertados, e que facilmente saíam à mão e também um punhado de travessas podres. E pelos vistos foram entregar essas “provas” ao chefe da estação do Tua, acompanhados de fotografias do que viram.
Mas, mesmo após essa entrega, e dois dias depois, noticiava-se que “a comissão não encontrava causas para o descarrilamento”.
Então os “miúdos” não tinham encontrado os parafusos soltos? Nem tinham visto travessas podres? Estariam a mentir? E as fotografias?
Quanto às travessas, responsáveis pela CP, lá vão dizendo que isso é impossível, que as travessas não apodrecem assim, nem que a linha estivesse desactivada vinte anos…!!!
Dos parafusos, acho que nem falam!!!
E se é verdade que as travessas possam aparentar podridão aos que nada sabem do assunto, será que no que diz respeito aos parafusos é assim também? Os parafusos desapertam-se sozinhos ou são ajudados? Se existe manutenção na linha, essas falhas seriam vistas se o desapertar fosse gradual e motivado pelo uso. Se não são vistas hoje e aparecem amanhã….. que se pode pensar?
Será que a comissão foi ver a linha, ou limitou-se a olhar para os computadores da sala de “trabalho”?
A quem interessa a conclusão anunciada da inconclusividade do inquérito?
A linha, que faz descarrilar comboios em vários locais da sua extensão, como quem muda de camisa, é assim decididamente perigosa e nem vale a pena lutar por ela?
E se é assim, por essa razão, ao ficar encerrada de vez, já não há razão para contestar a barragem.
Haverá interesses escondidos por detrás destas conclusões que o não são?
E os senhores autarcas, que fazem ou que dizem? Umas palavritas “a abater”, umas considerações genéricas, sem uma posição de fundo e de força, a defenderem o que a muitos de nós parece evidente. Que alguém ou muitos, têm interesse em que a linha encerre de uma vez por todas, e que tudo fazem ou fizeram ou farão ou fariam para que tal assim seja.
Ouço falar de regionalização mas nada vejo neste caso que prove que os mesmos que a “defendem” estejam a trabalhar nesse sentido.
Só há litoral na Região Norte? Ou ao contrário do outro ministro, estão todos de férias?
É verdade que o Norte sempre foi abandonado e que é preciso lutar muito para ter um décimo do que tem a capital, mas se sabemos isso, e se sabemos que muitos que cá nasceram se venderam às delícias de Lisboa, lutemos, os que daqui somos e não saímos, com unhas e dentes para acabar com esta situação.
Estamos a falar da História da nossa terra.
Temos que a defender!
Para quando uma “União Regional” em defesa de um dos ícones desta zona que é Património Mundial desde 2001?
Somos ou não somos do Norte?
E o Norte é ou não é uma região que abarca o que foi o “Condado Portucalense”?
E a linha férrea do vale do Tua está ou não no Norte?
Então porque esperamos?
Temos todos de trabalhar para que se faça da conservação desta linha uma prioridade do país.
Não podemos deixar que acabem com a mais bela linha férrea do mundo.
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JM
JM
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(Publicado no jornal "O Primeiro de Janeiro" - Opinião, no dia 9 de setembro de 2008)
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