domingo, 28 de setembro de 2008

POESIA DE LEO CAVALCANTE

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PAI


POEMA TRINTA E DOIS
MARÇO DE 1997

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Eu te imagino, pai,
andando pela relva,
respirando a pureza de todos os ares,
sentindo a delícia de todas as fragrâncias,
sabendo que a vida apenas começou
e não há o que te impeça de ser feliz.
Não há passado triste
nem desencanto... E eu te imagino sorrindo.
Ah! Mas o meu amor é repleto de lembranças
e eu sinto tantas saudades, pai...
Ficar aqui é difícil.
Pensar é difícil... O teu olhar me reflete no espelho
e o perfume que restou exala como um consolo,
porque fecho os olhos e imagino... Imagino.
Eu sinto tantas saudades... Tantas, pai.


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POEMA TRINTA E TRÊS

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Nada impede que o vazio
se transforme em luz.
Nada me impede
de usar frases feitas
e nada me aprisiona
além do que eu possa suportar.
Nem a dor do meu peito
me aprisiona no luto,
porque seu sorriso está
em meu pensamento
e na foto à minha cabeceira.
Porque seu perfume, seu jeito
e o tom de sua voz,
guardei aqui comigo...
Nada impede que, à cada dia,
eu fantasie um abraço,
simule umas tantas palavras
e recorde nossas longas caminhadas.
E nada impede que eu me alegre
pelos momentos
que ficaram para sempre.
Nada me impede... Nada.


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Leo Cavalcante

(leocavalcantefotografia.blogspot.com)


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