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PROTESTOS NO PORTO
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QUEIMADA VERDE
Os precários vão protestar. Têm todo o direito de o fazer.
São quase um milhão, vinte por cento da população activa, que trabalha precariamente, recebendo vencimento a troco de "recibos verdes", com poucos ou nenhuns direitos. Não têm protecção social, não têm protecção na doença, e não têm subsídio de desemprego.
Têm tão-somente uns recibos de cor verde, que muita falta lhes fazem, mas que vão queimar.
Para receberem o vencimento a que terão direito, necessitam dos tais papelinhos.
Mas vão queimá-los.
Será que os organizadores deste protesto pensam em fingir que os queimam?
Será melhor, ou as despesas com a aquisição de novos módulos será grande e pode até acontecer que, caso se queimem muitos, se esgotem nas repartições de finanças. Quem vai nessa altura, no caso de não haver recibos à venda, no final do mês, arranjar novos recibos para que os trabalhadores recebam o que têm a receber?
Deverão os trabalhadores nestas condições, queimar o que lhes pode fazer falta daqui a uns dias?
Seria de pensar um pouco mais nesta solução, e eventualmente enveredar por outro tipo de protesto, menos oneroso para as pessoas envolvidas.
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O PRESTIDIGITADOR
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MAIS UMA CARTOLADA
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O nosso Primeiro é um prestidigitador de estalo. Mais uma cartolada para a campanha eleitoral. Desta feita, são as famílias que têm desempregados as beneficiárias. Se estiverem a pagar casa, pagarão metade do que pagavam. A cartolada, no fim deu para o torto, já que a medida mais não foi que uma mistificação. Afinal os desempregados não deixam de pagar metade da sua prestação ao banco, antes adiam esta parte, para que de aqui a um ano e pouco tenham de a pagar juntamente com a outra mensal que normalmente pagam. Isto sim é que são medidas amigas das pessoas. Grande governo que nos (dês)governa.
Foi ainda anunciado a criação de um provedor de crédito (que vai ser mais um cargo que não vai servir para nada a não ser para mais um "job for the boy"), e ajudas extra para estudantes cujos pais estejam no estrangeiro.
Onde será que este governo arranja tanto dinheiro?
Não pára este nosso Primeiro. O governo dá, e dá, e dá. E ás vezes, como a do pagamento das casas ao banco, finge que dá, tirando. Nem o coelhinho das pilhas dá tanto e tira tanto,e mais que seja, durante tanto tempo.
E não vai ficar por aqui, vocês vão ver!
MAR “FLAT”
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ONDAS PARADAS
Tudo parado. Ondas paradas, máquinas paradas, parque parado, energia parada. Na Aguçadoura, tudo parado há quatro meses. E quer a EDP, ser uma empresa líder na área das energias renováveis. Pelos vistos, tudo isto é normal. A paragem é fruto dos reveses a que estão sujeitos os processos de investigação. A tecnologia não está ainda estabilizada, dizem agora. Será que é assim em todo o lado, ou só neste nosso País? Tudo isto me parece um fracasso. Esta bandeira deste governo, fracassou! Mentiras e mais mentiras, é o que este (des)governo nos dá. As três máquinas estavam no mar desde 15 de Julho p.p., se calhar para "Inglês ver", e foram retiradas cerca de 2 meses depois, devido a "problemas técnicos". O certo é que não voltaram ao mar e estão em Leixões, a seco, ao sol. O preço das máquinas foi de nove milhões de euros. Uma bagatela, se tivermos em conta o que se esbanja diariamente só em juros da dívida pública ao estrangeiro. Dizem agora que os problemas técnicos não existem, que há falta de dinheiro da detentora do projecto, desdizendo as notícias anteriores. Mais mentiras, ou as outras é que o eram? Afinal, como sempre, é tudo uma questão de notas de euro. Mas os nove milhões já lá vão, voaram baixinho. Eram 3 máquinas, que já não são, e iriam ser 25 que , pelo que se vê, nunca irão ser. O certo é Portugal ter perdido a corrida pela liderança nesta área, e tudo estar na estaca zero, excepto o dinheirinho, nosso, já gasto. Tudo foi inaugurado como se estivesse bom e a funcionar, à boa maneira do nosso Primeiro, que tem mais exemplos como este. O do Magalhães que deu e tirou computadores aos meninos pois era só para a comunicação social ver, os alunos que afinal não eram - eram contratados - nos quadros interactivos das escolas, a Escola de Soares dos Reis que afinal ainda não está pronta nem para lá caminha apesar de inaugurada com pompa e circunstância, e tantos outros.
Continuo tão contente com a nossa (des)governação.
CÁ NÃO, QUE SOMOS BONZINHOS E A CRISE É PARA OS OUTROS
.SALÁRIOS NÃO DESCEM!
Ora bem, terá dito o Ministro do Trabalho, se calhar por ordem do Primeiro, nós cá estamos em ano eleitoral, com muitas eleições juntas e não nos podemos dar ao luxo de antagonizar seja quem for. Já basta o que basta, com a crise, os tiros nos pés e essas coisas todas. Por isso, meus senhores, tenham paciência mas reduzir salários é que não. Temos que ser muito realistas, os senhores que ganham muito, e a quem poderíamos tirar alguma coisita, são os que nos financiam as campanhas eleitorais, não podemos mexer com esses tipos. Vamos mas é dar umas palavrinhas a abater, dizer que sim e mais que também, e que pois claro, e deixar tudo na mesma. Iríamos baixar em quanto?, até quando?, e isso beneficiaria a quem? Deixem-se de coisas. Eu vou lá e digo que tenho dúvidas que seja um sistema viável, e que tal coisa até pode levar o país a uma ruptura social. E vão ver que tudo fica bem.
E nessa reunião de Ministros, lá ficou decidido que assim seria. E o homem botou faladura para quem o quis ouvir.
ESCOLA SEGURA
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MEDIOCRIDADE NA ESCOLA SEGURA
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Na escola, a professora incomodou a aluna, e esta, coitada, no seu pleno direito á reacção, deu umas lambadas e uns pontapés na parvalhona da professora. Esta, foi para o hospital, e a aluna, coitada, teve ainda por cima de ir falar com a psicóloga que terá tentado saber quais as formas usadas pela professora para incomodar a coitadinha da aluna.
Só mesmo por brincadeira se pode admitir que isto se tenha passado assim, mas, não anda longe da verdade. Em vez de a aluna ter sido enviada para a esquadra até que os encarregados de educação (que terão feito um excelente trabalho com ela, e que deveriam ser responsabilizados pelos actos dos alunos) a fossem buscar, a escola segura dirigiu-se, ela mesma, à escola, para ouvir a aluna. entretanto o Concelho Directivo, que deveria ter de imediato, suspendido a aluna, nada fez.
Assim vai o ensino no nosso País.
E ainda se admiram que os professores, cada vez mais, se demitam.
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PADEIROS, MERCEEIROS E LAVRADORES
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PREOCUPAÇÕES ALIMENTARES NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
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Na Assembleia da República, as preocupações alimentares estão na ordem do dia. A par destas, também as preocupações com as finanças das mercearias e das padarias foram alvo dos deputados socialistas. Segundo estes deputados, frutas e legumes deverão ser distribuídos aos alunos nas refeições escolares. Também, nas mesmas refeições, o pão a distribuir, deverá ter menos teor de sal. Mais uma preocupação eleitoralista, a surgir no final da legislatura. Durante quatro anos, ninguém falou dela. Neste ano de todas as eleições, todos os dias surgirá uma nova medida para cativar o povo. Agora cativam-se os paizinhos das crianças. Sim aos tomates, às alfaces e às couves, pois que qualquer dia, a julgar pela crise crescente, e pela fome que alastra, só mesmo na escola poderão comer alguma coisa saudável.
Será de esperar que estes alimentos a distribuir nas escolas, devam ser de produção exclusivamente Portuguesa. Devem portanto, os deputados, propor também a par destas medidas, mais uma que implique a obrigação de serem produtos nacionais. Tanto a fruta como os legumes Portugueses, são do melhor que existe, e assim, desta forma, incentiva-se o comércio e a produção dos nossos padeiros, merceeiros e lavradores.
Até que enfim, um tema interessante para ser discutido na Assembleia da República!
Havia deputados do CDS que não concordavam com a proposta socialista, pelo que o partido deu liberdade de voto.
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(In O Primeiro de Janeiro, 02-04-2009)
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JM
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