A implosão metropolitana
O PS para um lado, o PSD para o outro. A um ano de eleições autárquicas, o projecto do metro do Porto não resiste à partidarização. Mais importante do que a defesa dos interesses das populações parece ser a manutenção no Poder. Mais importante do que mostrar que é possível encontrar plataformas de entendimento metropolitanas parece ser a satisfação de pequenas vaidades locais.
A principal vítima desta fragmentação de estratégias é a Junta Metropolitana do Porto. Um órgão que nunca teve capacidade política executiva, mas que foi conseguindo, nos anos mais recentes, transformar-se num fórum em que um conjunto importante de autarcas articulava posições. E, dessa forma, constituir-se num importante lóbi político, com uma visão metropolitana capaz de se opor ao centralismo deste ou de outro governo qualquer.
E o que aconteceu na semana passada, com a proposta para o metro, em que os autarcas não foram sequer capazes de articular um mínimo denominador comum, não prenuncia nada de bom sobre outros dossiês metropolitanos que estão em cima da mesa. É o caso da discussão sobre o futuro do aeroporto ou o da distribuição dos milhões do QREN. O calendário eleitoral ameaça fazer com que se torne mais importante disputar uma migalha para um projecto municipal qualquer do que forçar o Estado a atribuir à região uma fatia mais equilibrada do bolo comunitário.
A implosão da Junta Metropolitana do Porto torna-se ainda mais grave porque aconteceu precisamente quando teria sido importante contrariar mais um exemplo de centralismo desmesurado. A proposta que Mário Lino veio trazer não foi discutida com os representantes regionais. Foi imposta de cima para baixo. Dela não tinham conhecimento, sequer, os autarcas socialistas. O que significa que da colagem ao Poder Central pelos vistos não resulta sequer a vantagem de se ser informado. E no dia em que a reunião aconteceu, para citar o ex-autarca Narciso Miranda, quem lá foi apenas teve direito a "31 folhas a cores, provavelmente feitas no Magalhães, com muitos gráficos e algumas generalidades". Sendo que os autarcas, apesar de terem abdicado do controlo da empresa, continuam a ser seus accionistas. E alguns deles até administradores.
Talvez tenham tido a informação e o tratamento que merecem. Porque como dizia Luís Filipe Menezes - que aceitou fazer um curto intervalo na sua campanha política interna contra Manuela Ferreira Leite -, não obstante a "falta de sensibilidade e respeito" revelados pelo Governo, os agentes políticos locais também são responsáveis pelo estado a que as coisas chegaram. Não estão a ser "perfomantes", juntou. E isso tem sempre um preço.
A principal vítima desta fragmentação de estratégias é a Junta Metropolitana do Porto. Um órgão que nunca teve capacidade política executiva, mas que foi conseguindo, nos anos mais recentes, transformar-se num fórum em que um conjunto importante de autarcas articulava posições. E, dessa forma, constituir-se num importante lóbi político, com uma visão metropolitana capaz de se opor ao centralismo deste ou de outro governo qualquer.
E o que aconteceu na semana passada, com a proposta para o metro, em que os autarcas não foram sequer capazes de articular um mínimo denominador comum, não prenuncia nada de bom sobre outros dossiês metropolitanos que estão em cima da mesa. É o caso da discussão sobre o futuro do aeroporto ou o da distribuição dos milhões do QREN. O calendário eleitoral ameaça fazer com que se torne mais importante disputar uma migalha para um projecto municipal qualquer do que forçar o Estado a atribuir à região uma fatia mais equilibrada do bolo comunitário.
A implosão da Junta Metropolitana do Porto torna-se ainda mais grave porque aconteceu precisamente quando teria sido importante contrariar mais um exemplo de centralismo desmesurado. A proposta que Mário Lino veio trazer não foi discutida com os representantes regionais. Foi imposta de cima para baixo. Dela não tinham conhecimento, sequer, os autarcas socialistas. O que significa que da colagem ao Poder Central pelos vistos não resulta sequer a vantagem de se ser informado. E no dia em que a reunião aconteceu, para citar o ex-autarca Narciso Miranda, quem lá foi apenas teve direito a "31 folhas a cores, provavelmente feitas no Magalhães, com muitos gráficos e algumas generalidades". Sendo que os autarcas, apesar de terem abdicado do controlo da empresa, continuam a ser seus accionistas. E alguns deles até administradores.
Talvez tenham tido a informação e o tratamento que merecem. Porque como dizia Luís Filipe Menezes - que aceitou fazer um curto intervalo na sua campanha política interna contra Manuela Ferreira Leite -, não obstante a "falta de sensibilidade e respeito" revelados pelo Governo, os agentes políticos locais também são responsáveis pelo estado a que as coisas chegaram. Não estão a ser "perfomantes", juntou. E isso tem sempre um preço.
No JN - Preto no Branco
de
Rafael Barbosa
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