Sentiu o concelho prejudicado na expansão do metro do Porto. Há condições para antecipar prazos, em Gaia?
A questão do metro do Porto foi maltratada porque não foi suficientemente discutida pelas populações, pelos autarcas e forças vivas da região. O que se aprovou foi algo imposto por Lisboa. Por outro lado, o processo foi mal conduzido pelo Governo. Anunciar hoje coisas para 2022 é absurdo. Mais vale não anunciar. Mas algumas das opções técnicas até são defensáveis.
O que é que falhou na negociação?
O meu PSD defendia a regionalização. Agora não sei, defende-se o silêncio. O que sei é que há muitos anos que este combate e a liderança de projectos do ponto de vista regional estão congelados. A última personalidade que teve qualidade neste combate foi o dr. Fernando Gomes.
Isso é um mea culpa?
Eu não fui. Não é fácil fazer esse combate sem liderar a Junta Metropolitana do Porto. Por outro lado, devo dizer, com alguma justiça, esta geração de políticos do Norte pensou exageradamente numa carreira nacional. E sabe que um discurso regional, neste Portugal hipercentralizado, anatemiza uma imagem pública nacional. Penso que a próxima geração de políticos da região vai voltar a pegar, fatalmente, na bandeira da defesa dos interesses regionais de uma forma consequente. Segui a primeira opção. Se fosse para Lisboa fazer política com a bandeira regionalista, no dia seguinte seria degolado pela opinião publicada do centrão. Aliás, a campanha feita contra mim decorreu, em larga medida, de eu ter ainda uma imagem de defesa dos interesses regionais muito marcada.
Não acredita na capacidade de intervenção da Junta Metropolitana do Porto?
Mas alguém acredita? Eu não.
Acredita que ainda poderemos vir a ter regionalização?
Não é fácil. A única possibilidade era através da mudança da Constituição para evitar o referendo e talvez pela criação de regiões experimentais, por decisão governativa. Quem vive da actual situação não quer a regionalização. Hoje os políticos de fora de Lisboa pouco contam, os jornalistas de fora de Lisboa pouco contam e os homens de cultura de fora de Lisboa não contam rigorosamente nada.
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(Na Rádio Nova e no Público de hoje)
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A questão do metro do Porto foi maltratada porque não foi suficientemente discutida pelas populações, pelos autarcas e forças vivas da região. O que se aprovou foi algo imposto por Lisboa. Por outro lado, o processo foi mal conduzido pelo Governo. Anunciar hoje coisas para 2022 é absurdo. Mais vale não anunciar. Mas algumas das opções técnicas até são defensáveis.
O que é que falhou na negociação?
O meu PSD defendia a regionalização. Agora não sei, defende-se o silêncio. O que sei é que há muitos anos que este combate e a liderança de projectos do ponto de vista regional estão congelados. A última personalidade que teve qualidade neste combate foi o dr. Fernando Gomes.
Isso é um mea culpa?
Eu não fui. Não é fácil fazer esse combate sem liderar a Junta Metropolitana do Porto. Por outro lado, devo dizer, com alguma justiça, esta geração de políticos do Norte pensou exageradamente numa carreira nacional. E sabe que um discurso regional, neste Portugal hipercentralizado, anatemiza uma imagem pública nacional. Penso que a próxima geração de políticos da região vai voltar a pegar, fatalmente, na bandeira da defesa dos interesses regionais de uma forma consequente. Segui a primeira opção. Se fosse para Lisboa fazer política com a bandeira regionalista, no dia seguinte seria degolado pela opinião publicada do centrão. Aliás, a campanha feita contra mim decorreu, em larga medida, de eu ter ainda uma imagem de defesa dos interesses regionais muito marcada.
Não acredita na capacidade de intervenção da Junta Metropolitana do Porto?
Mas alguém acredita? Eu não.
Acredita que ainda poderemos vir a ter regionalização?
Não é fácil. A única possibilidade era através da mudança da Constituição para evitar o referendo e talvez pela criação de regiões experimentais, por decisão governativa. Quem vive da actual situação não quer a regionalização. Hoje os políticos de fora de Lisboa pouco contam, os jornalistas de fora de Lisboa pouco contam e os homens de cultura de fora de Lisboa não contam rigorosamente nada.
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(Na Rádio Nova e no Público de hoje)
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No «Público» e na Rádio Nova, se faz favor. Obrigada.
ResponderEliminarAs minhas desculpas, foi no Público que vi e não ouvi a Rádio Nova. No Público, na net, na edição impressa, não diz que a entrevista tinha sido na Rádio, para além do nome do jornalista e a indicação de ser da Rádio Nova.
ResponderEliminarFica aqui feita a correcção.
JM