INAUGURAÇÃO
Academia Galega da Língua Portuguesa
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O galego não deriva do castelhano. Foi "acastelhanizado". O galego deriva do português como a língua que se fala no Brasil ou na Angola. É o português da Galiza.
Contra, ou pelo menos sem apoio do poder político, esta é a causa que a Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), que, hoje, será inaugurada em Santiago de Compostela (Galiza), irá promover, constituindo-se, assim, como "motor" da integração da Galiza no mundo da lusofonia.
A cerimónia de inauguração terá lugar no Centro Galego de Arte Contemporânea e tem prevista a presença de "padrinhos" de peso, nomeadamente Malaca Casteleiro, da Academia das Ciências de Lisboa, o escritor moçambicano João Craveirinha, Evalindo Bechara, da Academia Brasileira de Letras, o reitor da Universidade Aberta, Carlos Reis, o presidente da Associação Internacional de Lusitanistas, Elías Torres, o vice-reitor da universidade de Santiago, entre outros.
"Não podemos dizer que viemos ao mundo sem padrinhos", considera o presidente da Associação que esteve na origem da Academia, Ângelo Cristóvão. Exactamente, tal como em português, por recusar a versão galaico-castelhana do seu nome, que seria Anxelo Cristovan e que diz ser um "atentando etimológico". De resto, o movimento cívico e académico que esteve por trás da AGLP defende há anos a "descastelhanização" do galego. "Queremos devolver ao galego o lugar que lhe corresponde, que é uma de uma forma do português e não de um dialecto do castelhano", frisa Ângelo Cristóvão.
Esta aproximação do castelhano, defende o movimento, foi promovida sucessivamente pelo Governo da Galiza, tendo havido, inclusivamente, lugar a perseguições a quem ensinava a forma original do galego. Com a saída de Fraga do Governo, as coisas melhoram um pouco, mas, diz Ângelo Cristóvão, "ainda há muito caminho a percorrer". "Participar da lusofonia não põe em causa a soberania. Há que distinguir a política da língua e da cultura", conclui.
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In JN
Margarida Luzio
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