COM A "RENTRÉE" DESTE ANO
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"À cause" das próximas eleições, a "rentrée" deste ano vai ser de "escacha pessegueiro". Os partidos políticos vão-se desdobrar em reuniões, apresentações, festas, comícios, conversas em família, convenções, debates e outras coisas, mais ou menos simples, de modo a apresentarem os seus programas eleitorais e os seus candidatos, denegrindo, ou pelo menos tentando, os seus adversários.
E tudo isto vem este ano, mais cedo. Vêm todos de uma assentada na última semana de Agosto, ainda em tempo de férias dos Portugueses.
Estes, na sua grande maioria estendidos como bacalhaus nas areias das nossas praias, vão ser aliciados a prestar atenção ao bando de políticos, ao invés da desejada atenção à moçoila bem aviada que está a sair das águas do mar mesmo à sua frente, ou ao marmanjo musculado que exibe o seu corpo bem tratado e tostado do sol.
A "rentrée" vai ter de tudo, como todos os anos, mas vai ser mais concentrada e ainda mais colorida do que é costume. Os líderes partidários vão andar numa fona a tentar captar os votos de quem lhes aparecer pela frente. Este ano, com uma dificuldade acrescida, os beijinhos e os abraços, vão ter de dar lugar a outras manifestações de afecto, por causa da gripe que nos tem afligido. Ainda vamos ver muitos dos nossos políticos acompanhados pelo seu séquito, e dois ou três carrejões com os "Kits" de higiene anti H1N1, como mandam as boas normas de salubridade pública.
Cada um dos elementos dos partidos que por aí vão andar, vão estar munidos de facas, preferêncialmente rombudas, para ferir, atacar, ou destruir o adversário mais à mão. Vão ainda estar munidos de muitas palavras, muitas, que debitarão em diarreia mental, de modo a convencer o ouvinte, perceba ele ou não o que se lhe está a dizer, e perceba ou não o político do que está a falar.
A nosso sanidade mental está mais uma vez em perigo, com a agravante de este ano termos mesmo de pensar em quem votar. É que este ano é ainda mais dificil. Só se sabe que no actual partido do governo o não deveremos fazer. Mas, quem sobra? À esquerda o BCP e o BE? O primeiro é igual a sempre e o segundo só sabe deitar abaixo sem ideias ou soluções. À direita o PSD e o CDS? O primeiro é igual a sempre e o segundo, bem o segundo, o segundo, podia ser, mas a sua votação prevê-se tão baixa que não faz diferença. Não resta mais nenhum, nem sequer um quadradinho no boletim de voto no qual eu possa dizer que voto em branco. Tenho de "pôr" a cruzinha no nome de um partido ou então deixar o boletim em branco ou inutilizá-lo, o que é tudo o mesmo que se eu me abstivesse de aparecer. E eu cada vez me inclino mais para não aceitar nenhum. E como não quero deixar de ir cumprir com a minha obrigação de cidadão, lá terá o meu voto aquele que menos mossa me fizer. Ou alguém que me convença nos poucos dias que faltam.
No que diz respeito às Autárquicas, vai ainda ser mais difícil, quando se sabe que dois terços dos candidatos o serão pela última vez. Daqui a poucos anos vão embora, quer queiram quer não. Qualquer coisa que prometam agora, não poderá nunca ter continuidade, pelo que só projectos de curto prazo poderão ser execuíveis.
De qualquer forma, aos indecisos, a "rentrée" vai ser muito confusa, com todos a quererem sobrepor-se a todos, com todos a serem melhores que todos os outros. Vai ser do bom e do bonito. Espero, no entanto, que o nível não desça ainda mais que o habitual, que eu não me quero habituar a esses hábitos.
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JM
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E tudo isto vem este ano, mais cedo. Vêm todos de uma assentada na última semana de Agosto, ainda em tempo de férias dos Portugueses.
Estes, na sua grande maioria estendidos como bacalhaus nas areias das nossas praias, vão ser aliciados a prestar atenção ao bando de políticos, ao invés da desejada atenção à moçoila bem aviada que está a sair das águas do mar mesmo à sua frente, ou ao marmanjo musculado que exibe o seu corpo bem tratado e tostado do sol.
A "rentrée" vai ter de tudo, como todos os anos, mas vai ser mais concentrada e ainda mais colorida do que é costume. Os líderes partidários vão andar numa fona a tentar captar os votos de quem lhes aparecer pela frente. Este ano, com uma dificuldade acrescida, os beijinhos e os abraços, vão ter de dar lugar a outras manifestações de afecto, por causa da gripe que nos tem afligido. Ainda vamos ver muitos dos nossos políticos acompanhados pelo seu séquito, e dois ou três carrejões com os "Kits" de higiene anti H1N1, como mandam as boas normas de salubridade pública.
Cada um dos elementos dos partidos que por aí vão andar, vão estar munidos de facas, preferêncialmente rombudas, para ferir, atacar, ou destruir o adversário mais à mão. Vão ainda estar munidos de muitas palavras, muitas, que debitarão em diarreia mental, de modo a convencer o ouvinte, perceba ele ou não o que se lhe está a dizer, e perceba ou não o político do que está a falar.
A nosso sanidade mental está mais uma vez em perigo, com a agravante de este ano termos mesmo de pensar em quem votar. É que este ano é ainda mais dificil. Só se sabe que no actual partido do governo o não deveremos fazer. Mas, quem sobra? À esquerda o BCP e o BE? O primeiro é igual a sempre e o segundo só sabe deitar abaixo sem ideias ou soluções. À direita o PSD e o CDS? O primeiro é igual a sempre e o segundo, bem o segundo, o segundo, podia ser, mas a sua votação prevê-se tão baixa que não faz diferença. Não resta mais nenhum, nem sequer um quadradinho no boletim de voto no qual eu possa dizer que voto em branco. Tenho de "pôr" a cruzinha no nome de um partido ou então deixar o boletim em branco ou inutilizá-lo, o que é tudo o mesmo que se eu me abstivesse de aparecer. E eu cada vez me inclino mais para não aceitar nenhum. E como não quero deixar de ir cumprir com a minha obrigação de cidadão, lá terá o meu voto aquele que menos mossa me fizer. Ou alguém que me convença nos poucos dias que faltam.
No que diz respeito às Autárquicas, vai ainda ser mais difícil, quando se sabe que dois terços dos candidatos o serão pela última vez. Daqui a poucos anos vão embora, quer queiram quer não. Qualquer coisa que prometam agora, não poderá nunca ter continuidade, pelo que só projectos de curto prazo poderão ser execuíveis.
De qualquer forma, aos indecisos, a "rentrée" vai ser muito confusa, com todos a quererem sobrepor-se a todos, com todos a serem melhores que todos os outros. Vai ser do bom e do bonito. Espero, no entanto, que o nível não desça ainda mais que o habitual, que eu não me quero habituar a esses hábitos.
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JM
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Carissimo, no seu inquérito não contempla o voto em branco. Será Racismo? ;-))
ResponderEliminarMeu caro CMS, foi tão somente esquecimento na altura de o fazer.
ResponderEliminarCumprimentos
JM
Não duvido, nada. E ainda será possivel incluir o Voto em Branco? Já viu o crescimento que tivemos nas ultimas eleições europeias?
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